Brasil
May 13, 2005
Em termos de área plantada com
sementes transgênicas, a liderança no mundo é dos Estados
Unidos, com participação de 59%. Em segundo lugar está a
Argentina, com 20%. Canadá e Brasil aparecem na terceira posição
com 6%.
A lista faz parte do uma pesquisa
divulgada ontem pela Conferência
da Organização das Nações Unidas para o Comércio e o
Desenvolvimento (Unctad).
A autora do estudo, Simonetta
Zarrilli, acredita que o Brasil está rapidamente caminhando para
se tornar o maior produtor de soja transgênica do mundo, o que
leva a suspeitas de que já havia sementes modificadas no País
antes da aprovação da lei, em 2003. Os chineses, que estão
desenvolvendo novas tecnologias, já contam com 5% dessas
sementes.
Segundo a Unctad, a área plantada
com sementes transgênicas foi multiplicada em 47 vezes desde
1996 e hoje chega a 81 milhões de hectares distribuídos em 17
países e envolvendo 8,2 milhões de agricultores. Essa produção
movimenta US$ 4,7 bilhões por ano, e mais de um terço dela está
nos países em desenvolvimento. Em 2004, 54% das sementes
modificadas eram de soja, 28% de algodão e 14% de milho.
Mas a ONU alerta os países em
desenvolvimento, entre eles o Brasil, a não considerarem só as
possibilidades de exportação de produtos agrícolas ao tomarem
decisões sobre autorizar ou proibir o uso de sementes
transgênicas. O estudo da Unctad admite que os países em
desenvolvimento contam com uma estreita margem de manobra para
definir sua estratégia sobre transgênicos.
A Unctad reconhece que a a nova
tecnologia é um desafio a mais para os países emergentes, que
precisam definir estratégias. O que é recomendado pela agência,
porém, é que o debate em cada país não se limite às
considerações de comércio exterior, mas que leve em consideração
as necessidades de alimentar a população interna, os riscos para
o meio ambiente, questões de saúde e outros fatores.
O que ocorre atualmente é que
muitos países tomam decisões de plantar ou não sementes
transgênicas tendo em vista as suas oportunidades comerciais. No
caso dos países mais dependentes do comércio com a Europa, a
tendência tem sido a de se preservar livre de sementes
transgênicas, pois os europeus apresentam resistências em
importar produtos geneticamente modificados.
No caso do Brasil, Simonetta
informa que alguns compradores de óleo de soja do exterior, que
querem evitar produtos transgênicos, estão optando pela produção
da Região Nordeste do País, onde a presença da soja
geneticamente modificada é bem menor do que no Sul e no
Centro-Oeste. |