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Anvisa enfrenta CTNbio e abre consulta pública sobre transgênicos

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Brazil
July 25, 2007

Source: Ministério da Ciência e Tecnologia

A pressão de setores do governo contra a atuação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) deixou os gabinetes e se transformou em confronto aberto. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) colocou em consulta pública uma resolução que normatiza a avaliação da segurança de alimentos que contenham organismos geneticamente modificados (OGMs) - uma atividade que, pela Lei de Biossegurança, é da CTNBio. "Estão se aproveitando do vazio político nessa área para ganhar terreno", reagiu o presidente da CTNBio, Walter Colli.

A consulta pública da Anvisa propõe 119 questões que teriam de ser respondidas por empresas interessadas na liberação comercial de seus produtos.De posse das respostas, a Vigilância Sanitária faria seu parecer e o encaminharia ao Ministério da Saúde - que, por sua vez, levaria o assunto à CTNBio.

Oficialmente, a Anvisa afirma que a proposta é uma resposta à demanda social pela garantia de qualidade nos alimentos. Mas, entre cientistas, a iniciativa já foi apelidada como uma ação para criar uma espécie de "CTNBio do B", um novo braço de ala do governo interessada em dificultar o trabalho da comissão de biossegurança.

Colli afirma que não foi consultado sobre a criação de tal resolução. Nem mesmo informado. "Isso representa uma superposição de atribuições", diz.

Para ele, a iniciativa da Anvisa é uma reação a duas vitórias conquistadas nos últimos meses por setores que não têm resistência prévia contra organismos geneticamente modificados - a redução do quórum para liberação comercial de transgênicos e a aprovação de um milho resistente a herbicidas.

"EXPROPRIAÇÃO"

O diretor e presidente em exercício da Anvisa, Cláudio Maierovitch, discorda. "O ambiente de conflito sempre existiu", avalia. "A Lei de Biossegurança expropriou de órgãos técnicos, como Anvisa e Ibama, a competência de normatização."

Para Maierovitch, com a lei, restaram aos dois órgãos colocar em prática as decisões da CTNBio e fiscalizar sua execução. A resolução é uma forma de recuperar parte do terreno perdido.

O inconformismo com tal redução de poderes nunca foi escondido. Na época da discussão da lei, os Ministérios do Meio Ambiente e da Saúde reivindicavam que decisões da CTNBio tivessem caráter consultivo e que Ibama e Anvisa pudessem vetar decisões. Perderam.

Além de ter o poder reduzido, Maierovitch afirma que a Anvisa nunca exerceu uma atribuição mantida pela lei atual. "Nós devemos preparar pareceres, ser consultados. Mas até hoje isso nunca ocorreu."

À frente da CTNBio desde fevereiro de 2006, Colli se diz cansado. "Não deixo o cargo porque sei que, com isso, atenderia aos interesses dos que são por princípio contrários a transgênicos", afirma.

Nos últimos meses, ele vem enfrentando uma sucessão de pequenos ataques ao andamento da CTNBio - ações na Justiça para protelar a apreciação de pedidos, que, agora, são acrescidos de outro elemento: "Há um movimento para que órgãos fiscalizadores e Ministério Público se juntem para discutir transgênicos."

POSIÇÃO DO GOVERNO

O presidente da CTNBio considera indispensável uma posição do governo sobre o tema. "Caso contrário, os ataques dificilmente terão fim." Maierovitch, por sua vez, acredita que tal tensão é natural. "Ibama e Anvisa serão sempre considerados como dificultadores do progresso. E outros setores, como pouco prudentes."

Maierovitch afirma que a consulta pública não é interferência. Mas apenas dá transparência e regras para análises até hoje feitas com base apenas em impressões pessoais. Para o diretor, o fato de haver representantes de várias áreas de conhecimento e ministérios na CTNBio é de pouca relevância. "Até hoje tudo foi feito sem regras definidas, tudo muito aleatório."

Questionado sobre o que poderia ocorrer caso a Anvisa recomendasse a proibição de um produto e a CTNBio liberasse, Maierovitch foi enfático: "Somos um órgão técnico. O ideal é que nossos pareceres sejam seguidos e respeitados."

Lígia Formenti, Brasília

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Brazilian government organizations collide over biosafety
Source: CropBiotech Update

The Brazilian National Health Surveillance Agency, Anvisa, has issued a public consultation over the potential risks of genetically modified crops to the human health and the environment. The consultation, which will be open until September 10, comprises 119 questions on four main areas: genetic modification, host organisms, food safety and nutritional quality. These are intended to determine whether the information presented by technology developers guarantees the safety of the GM crop seeking approval. Anvisa has established a Commission for the valuation of biosafety of GM crops and derived products, comprised by members of Anvisa, of the National Institute of Quality Control in Health (INCQS) and of the scientific community.

However, according to the Brazilian Biosafety Law (nº 11.105/05), the approval of GM crops falls under the mandate of CNTBio, Brazil's National Technical Commission for Biosafety. Officially, Anvisa states that the consultation is an answer to public demand to guarantee the safety of GM crops. But according to Water Colli, president of CNTBio, the call for the public consultation "represents an appropriation of responsibilities" and "interference" by government fractions intended to obstruct the work of the CNTBio. Colli affirms that CNTBio was never informed about the consultation, and that the initiative represents a reaction against two recent victories of CNTBio: the reduction of the quorum for the commercial release of GM crops, and the approval of a herbicide tolerant maize variety.

What would happen if Anvisa bans a crop approved by CNTBio? According to Colli, the current situation requires the intervention of the government. Anvisa president Cláudio Maierovitch believes the present tension is a natural consequence of the fact that "Ibama and Avisa will always be considered as obstructers of progress. And other sectors, as little cautious". Ibama is the Brazilian Institute of Environment and Renewable Natural Resources.

 

 

 

 

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