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Área de milho transgénico triplica em Portugal

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Lisbon, Portugal
July, 2007

Centro de Informação de Biotecnologia (CiB)
Boletim Informativo Nº 2 · Janeiro a Julho 2007 

Cultivos biotecnológicos em 2007
Área de milho transgénico triplica em Portugal
Rita Caré (Comunicadora de Ciência) e Pedro Fevereiro (Professor Universitário, Investigador em Biotecnologia de Plantas e Presidente do CiB)

Durante a campanha de 2007, semearam-se em Portugal 4.129 ha de milho geneticamente modificado, o que significa mais do triplo relativamente à área cultivada o ano passado, segundo dados divulgados pela Direcção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR). Os cultivos biotecnológicos ocuparam uma área de 1254 ha, em 2006, e 783 ha, em 2005 (ver gráfico).

De acordo com a legislação da União Europeia, é possível produzir comercialmente apenas variedades Geneticamente Modificadas (GM) de milho com o evento MON 810. No Catálogo Comum das Espécies de Variedades Agrícolas estão disponíveis 36 variedades com este evento. O milho MON 810 foi autorizado pela União Europeia, em 22 de Abril de 1998, para ser utilizado como matéria-prima em todas as aplicações, excepto para a alimentação humana. Este milho é utilizado há 10 anos, sem que tenha sido detectado qualquer efeito negativo e tendo a sua qualidade sido assegurada pela Agência Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA). Em 11 de Abril de 2006, o painel dos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) da EFSA, baseando-se nos indícios científicos disponíveis, reafirmou mais uma vez que é improvável que o MON 810 efeitos adversos na saúde de seres humanos e animais ou no ambiente.

MON 810 e a sua utilização

O evento MON 810 consiste na inclusão no genoma do milho de um gene com origem na bactéria de solo
Bacillus thuringiensis (Bt), que induz a produção de uma toxina que actua especificamente contra as pragas da
broca, não sendo tóxica para o gado nem para os seres humanos, tornando o milho resistente aos seus ataques. Estas lagartas de borboleta pertencem às espécies Sesamia nonagrioides e Ostrinia nubilalis.

As variedades MON 810 são especialmente importantes para os agricultores localizados em zonas com elevada
presença de brocas. Os insecticidas utilizados para proteger as plantas não são eficientes, porque as aplicações
são externas e as lagartas instalam-se no interior dos caules, não sendo portanto afectadas. As plantas de milho MON 810 têm capacidade de produzir uma toxina que actua especificamente ao nível do tracto intestinal das lagartas da broca, bloqueando o seu funcionamento e provocando a sua morte. Evita-se assim o ataque das lagartas e salvaguarda-se a saúde das plantas.

Todos os agricultores que escolham utilizar sementes biotecnológicas têm formação prévia obrigatória. O
Ministério da Agricultura do Desenvolvimento Rural e das Pescas (MADRP) controla e fiscaliza os campos com
produção de milho GM e inspecciona as instalações e equipamentos agrícolas utilizados, com o objectivo de verificar o cumprimento do Decreto-Lei nº 160/2005 de 21-09-2005 sobre Coexistência e das normas de rotulagem e rastreabilidade. Segundo o Decreto-Lei nº 72/2003 de 10-04-2003, todos os produtos com base em materiais GM devem ser rotulados quando incluírem mais de 0,9% de componentes GM. Durante o ano passado não foram registadas quaisquer irregularidades na utilização desta tecnologia, no nosso país.
 
Aguarda-se aprovação de milho resistente a herbicidas

Depois da experiência adquirida pelos agricultores, pelos produtores de rações e pelos técnicos da própria DGADR, e da verificação in loco, das vantagens da sua utilização, aguardase com expectativa a aprovação pela
Comissão Europeia de variedades de milho com resistência a herbicidas. As ervas daninhas são o principal problema no cultivo do milho e o seu controlo exige a utilização de herbicidas e a mobilização prévia do solo. As variedades com resistência a herbicidas permitem a utilização do glifosato e a técnica de sementeira directa, com diferentes vantagens ao nível da produtividade, da redução de custos e dos impactos ambientais: redução do número de aplicações de herbicidas; redução da erosão dos solos; aumento da produtividade por redução da competição do milho com outras plantas para os mesmos nutrientes disponíveis.

Portugal, França e Espanha
Aceitação da engenharia genética pelos Agricultores

Já são conhecidos os dados dos cultivos GM para França, tendo a área aumentado de 5.420 ha, em 2006, para
21.200 ha, em 2007, ou seja quadriplicou. Estima-se que em Espanha a área cultivada com milho MON 810
aumente de 53.667 ha, em 2006, para cerca de 65.000 ha, em 2007. Dos aumentos verificados, depreende-se que os agricultores compreendem as vantagens da engenharia genética na agricultura. Entre elas: os benefícios
ambientais, com utilização de menor quantidade de produtos fitofarmacêuticos e redução da poluição dos solos e das águas; aumento da produtividade; redução de micotoxinas (fungos) em cerca de 50% nos milhos Bt (ver
caixa), o que significa um aumento da segurança alimentar para os animais alimentados com essas plantas e para os produtos derivados, como as rações.

http://www.cibpt.org/notasinfo/NewsletterCiB-2-Jul07.pdf

 

 

 

 

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