Brasília, Brazil
August 17, 2007
Alessandra Bastos,
Agência Brasil
O uso de algodão transgênico foi tema hoje (17) de audiência
pública no Senado Federal. Movimentos sociais e pequenos
agricultores apresentaram argumentos contra. Já um dos membros
da Comissão Técnica Nacional
de Biossegurança (CTNbio) defendeu o uso. Para Paulo
Andrade, a principal vantagem é a redução de uso de agrotóxico
em relação às outras espécies de algodão.
Andrade também mostrou fé no futuro das pesquisas de
transgênicos em geral. “Futuramente haverá transgênicos que
aumentem o número de vitamina na planta, coloração ou textura. O
que a gente precisa é dar ao agricultor a opção de querer ou não
plantar transgênicos”.
O integrante da CTNBio fez uma ressalva quanto aos possíveis
impactos ao meio ambiente que, segundo ele, serão analisados.
“Um algodão transgênico que seja resistente a inseto tem um DNA
que, se o inseto for tentar comê-lo, morre. Acontece que esse
pedacinho de DNA pode passar para uma outra planta, que também
ficará resistente ao inseto. Uma planta do mato resistente a
inseto será uma coisa invasora. Como a polinização das plantas é
feitas pelas abelhas isso pode embaralhar essa cadeia. Por isso,
tem que ter cuidado. Esse é um exemplo, qualquer característica
nova que for inserida em uma planta pode escapar e ir para
outra”.
Hoje, há apenas uma variedade liberada no mercado, o algodão
Bollgard Evento 531, da Monsanto do Brasil, resistente a
insetos. A liberação comercial de três novas variedades estão
sendo analisadas e aguardam parecer da comissão. Uma tolerante
ao glifosinato de amônio, outra ao glifosato e um segundo tipo
resistente também a insetos.
Andrade também falou sobre o impacto econômico do uso de
transgênicos estrangeiros. Atualmente o Brasil não produz as
sementes necessárias de milho e de algodão, caso venha a ser
liberado. “Estamos nas mãos de empresas estrangeiras porque os
brasileiros que desenvolveram a tecnologia, venderam as empresas
para estrangeiros, anos atrás, quando o Brasil não dava apoio a
quem produzia essas sementes. Mas estamos avançando muitíssimo”.
Mas a tendência, de acordo com o técnico, é mudar essa situação.
“Vários processos de empresas brasileiras estão tramitando na
CTNbio para inúmeras variedades transgênicas de diferentes
plantas. Não há dúvida de que vamos ter variedades transgênicas
brasileiras no mercado nos próximos cinco ou seis anos”. |
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