Brazil
December 11, 2007O
período da segunda safra do milho, cujo plantio é indicado
para a partir do início de janeiro até o final de fevereiro,
seguindo as recomendações do zoneamento de riscos
climáticos, ferramenta do
Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento ), exige cuidados específicos provocados pela
época de semeadura e pelas peculiaridades de cada região.
“O ambiente da safrinha é
bastante distinto da safra de verão. As condições
ambientais, como seca e frio, afetam a fase vegetativa do
milho, o florescimento e o enchimento de grãos, etapas
determinantes para se obter altas produtividades e uma
produção satisfatória”, descreve Paulo César Magalhães,
pesquisador da
Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG).
Em um contexto onde os agricultores buscam produtividade,
precocidade das cultivares e sanidade – seguindo esta ordem
de importância – a procura por híbridos simples, triplos e
duplos também é mantida nesta seqüência de acordo com a
época do plantio.
No estado de Mato Grosso,
por exemplo, cerca de 70% dos híbridos plantados na última
safrinha foram os que exigem altos investimentos em
tecnologia, os híbridos simples. “A escolha da época certa
do plantio e da cultivar que será plantada são determinantes
para o sucesso da segunda safra do milho”, resume Herberte
Pereira da Silva, pesquisador da
Agromen Sementes.
Controle de doenças
Uma das principais causas do aumento de doenças na safrinha,
segundo ele, é justamente a época de plantio não definida,
acompanhada de fatores como as constantes sucessões soja /
milho, ao contrário das rotações, estresses climáticos e a
escolha inadequada dos híbridos.
“A maioria dos agricultores
tem optado por fazer o controle de doenças com o uso de
fungicidas sem se importar com a característica de
tolerância da cultivar a determinada doença. No entanto, a
escolha dos materiais deve ser fundamentada na genética, no
diferencial de resistência às doenças”, descreve.
“O manejo também é
essencial. Se o agricultor realizar uma adubação equilibrada
no plantio e de cobertura, controlar adequadamente as ervas
daninhas e acertar a época de plantar, os riscos de perda
caem consideravelmente”, conclui Pereira.
Melhoramento genético
Paulo César Magalhães, da
Embrapa Milho e Sorgo, também aposta no melhoramento
genético e na época de plantio para que a receita seja
otimizada na safrinha. Em condições de seca e temperaturas
altas, o pesquisador explica que a planta extrai uma
quantidade muito grande de carboidratos do colmo, órgão de
reserva de nutrientes e que suporta as folhas e as partes
florais.
“Se a planta não tiver
reservas suficientes, corre-se o risco de quebramento. Já em
temperaturas baixas ocorrem danos na membrana celular,
provocando desidratação. Se as geadas coincidirem com o
início da produção de grãos, as perdas são muito grandes”,
alerta. “Atrasar uma semana no plantio da safrinha é muito
pior que o mesmo na safra de verão”, reforça Gerson Grieco,
da
Pioneer Sementes.
Pragas e doenças
O consenso entre
pesquisadores quando o assunto é a avaliação de riscos de
uma safra mais exposta às condições climáticas são os
manejos integrados tanto de pragas quanto de doenças.
Hoje, cerca de 20 doenças
atacam o milho na safrinha, sendo que as cinco principais –
cercosporiose, faosféria, fusariose, a ferrugem polissora e
o enfezamento (corn stunt) – aliadas à ocorrência
de novas pragas como a broca da cana-de-açúcar, a
Diatraea saccharalis, e ao ataque das principais pragas
da cultura, como a lagarta-do-cartucho impõem aos
agricultores a necessidade de adoção de novos conceitos.
“Precisamos repensar o
manejo integrado de pragas, pois ele é necessário e urgente.
Hoje, a cada município, notamos que se modifica a praga mais
importante e sem um programa de manejo, ao final da safra, o
prejuízo é certeiro”, enfatiza Ivan Cruz, pesquisador da
Embrapa Milho e Sorgo.
Os temas foram abordados durante o IX Seminário Nacional de
Milho Safrinha, que aconteceu de 26 a 28 de novembro em
Dourados-MS. O próximo fórum de discussões, que acontece de
dois em dois anos, será realizado em 2009 em Rio Verde-GO.
Mais informações podem ser obtidas junto à Área de
Comunicação Empresarial (ACE) da Embrapa Milho e Sorgo: (31)
3779-1123 ou
gfviana@cnpms.embrapa.br .