Brazil
December 14, 2007
Há quatro anos, a ocorrência de
buva no oeste do Paraná, uma das 40 principais espécies de
plantas daninhas que infestam a soja, está preocupando
pesquisadores, técnicos e produtores. Apesar do início de safra
estar bom no Paraná, pesquisadores da
Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, chamam a atenção sobre a
crescente presença da buva no Estado, no Sistema de Alerta da
Embrapa (www.cnpso.embrapa.br/alerta).
A buva é uma espécie que se desenvolve em beiras de estradas e
áreas não agriculturáveis e se espalha com facilidade, por
intermédio de sementes carregadas pelo vento. Para o pesquisador
Fernando Adegas, da Embrapa Soja, não existe uma única causa
para a problemática atual. “Por isso, cada proprietário com
problema deve fazer uma auto-análise e um diagnóstico de como
vem usando sua área para tomar as medidas necessárias”, alerta
Adegas.
Segundo ele, é importante avaliar o manejo do sistema de
produção, principalmente como é feito o controle químico, se a
aplicação de herbicidas não foi feita com a planta muito grande
e de difícil controle, se a dosagem não foi abaixo da
recomendada, se a pulverização não ocorreu em condições
climáticas desfavoráveis, ou ainda se o problema é a resistência
da buva aos herbicidas utilizados.
De acordo com o pesquisador Dionísio Gazziero, da
Embrapa Soja, a
ocupação da área com culturas de safrinha ou de cobertura,
associadas ao manejo químico em plantas no início de
desenvolvimento ajudam a resolver o problema. “Quando não são
tomadas medidas de controle imediatas a situação pode se
complicar, na safra de soja. E o pior, no meio das espécies
suscetíveis apareceram as plantas resistentes. Além disso, as
plantas suscetíveis não são bem controladas quando ficam
adultas”, alerta Gazziero.
Para os pesquisadores, as plantas daninhas são responsáveis por
grandes reduções nos rendimentos agrícolas e seu controle
representa um dos fatores que mais ampliam os custos de
produção. No caso da soja, para controlar essas invasoras são
gastos de 15 a 25% do total investido na produção. Para
Gazziero, o agricultor deve evitar que estas espécies disseminem
suas sementes, porque as plantas invasoras além de competir com
a soja por luz, água e nutrientes, dificultam a colheita e
prejudicam a qualidade do grão. Conseqüentemente, afetam a
produtividade”, diz.
Por isso, é muito importante evitar a multiplicação da buva, por
meio de controle químico, controle cultural ou mesmo de capina
manual, o que previne problemas futuros maiores. “Diante da
situação atual, o que resta a ser feito é a capina manual dessa
invasora nas lavouras infestadas”, diz Adegas.
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