Rio de Janeiro, Brazil
January 9, 2007
Aline Beckstein,
Agência Brasil
Leilões de soja
comercializam mais de 446 mil toneladas |
Os leilões da
Conab
realizados nesta terça-feira (9) negociaram
subvenção para 443 mil toneladas de soja. Em uma
operação de venda, a Companhia arrematou também
3.303 toneladas da oleaginosa oriundas de
estoques públicos do Rio Grande do Sul, o que
corresponde a 58,85% do total oferecido.
O maior volume foi negociado no leilão de Prêmio
Equalizador ao Produtor (Pepro), que
comercializou 413 mil/t, ou 20,67% da oferta. O
estado com maior concorrência foi Rondônia, que
vendeu 65% do ofertado. Os três lotes de soja do
Mato Grosso venderam 375 mil/t, o maior volume
negociado entre as onze unidades da federação.
No leilão de Prêmio de Risco de Opção de Venda
(Prop), foram negociados 9.918 contratos, o que
corresponde a cerca de 30 mil/t, ou 13,3% do
total. Na operação, todos os contratos
negociados são do Mato Grosso. O produto de
outros estados não despertou interesse. |
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A expectativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) é que este ano o país registre sua maior produção de
grãos, com 123,9 milhões de toneladas, superando o recorde de
2003, que foi de 123,6 milhões de toneladas. O resultado seria
6,3% maior que o do ano passado.
“A recuperação da produtividade, que vem ocorrendo especialmente
nas lavouras de soja, milho e algodão, os principais produtos de
exportação, deve contribuir para esse recorde. Com os maiores
investimentos em tecnologia e o clima, que deverá ser favorável,
poderemos atingir esse resultado”, explicou o pesquisador do
IBGE Neuton Rocha.
A continuidade das chuvas, contudo, poderá prejudicar a primeira
safra de feijão nos estados do Paraná, Minas Gerais e São Paulo.
“Nesses estados está chovendo bastante. E o feijão não gosta,
nem de muito sol, nem de muita chuva”, afirmou Rocha. “Outro
prejuízo pode ocorrer também para a soja precoce, que é plantada
mais cedo, em Mato Grosso. Se essa colheita ocorrer agora, como
já está acontecendo, pode ser que tenhamos quebra na
produtividade, notadamente no norte do estado”.
Rocha disse que um produto que pode trazer “preocupação” é o
arroz, cuja produção é bem próxima ao consumo no país. “Os
produtores gaúchos sofreram uma descapitalização e ficaram com
pouco dinheiro para plantar, devido a prejuízos de safras
passadas. Só o Rio Grande do Sul responde por quase 60% da
produção de arroz”.
Segundo o pesquisador, há uma tendência de recuperação de
preços, tanto no mercado interno quanto no externo,
especialmente dos produtos mais exportados: soja, milho e
algodão. “Os preços já estavam baixos e, com as estimativas de
safras internacionais mais fracas, em países como os Estados
Unidos, a demanda externa aumenta e assim, também, a pressão
sobre os preços no mercado interno”.
Dentre os 11 produtos pesquisados, seis devem a apresentar
produção maior neste ano. Algodão herbáceo em caroço deve
aumentar 24,5%; milho primeira safra, 11%; e soja, 5,1%. As
reduções devem ficar por conta do amendoim em casca primeira
safra (-12,2%) e arroz em casca (-4%). |