Brazil
January 10, 2007
Lesões
de causa ainda desconhecida estão sendo confundidas com sintomas
de doenças da soja por agricultores e técnicos, o que pode levar
a aplicação desnecessária de fungicidas. A afirmação é de
pesquisadores da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que tiveram
relatos da assistência técnica de Londrina, Cambé, Tuneiras do
Oeste, Cambará, São Pedro do Ivaí, Rio Bom, Ibiporã e Faxinal,
no Paraná, e Maracaju, no Mato Grosso do Sul.
De acordo com a pesquisadora Claudine Seixas, da Embrapa Soja,
os sintomas do problema são pequenas lesões circulares marrom e,
em alguns casos, com borda marrom e centro claro, bem
distribuídas em toda a folha. “Já analisamos amostras de plantas
com essas lesões e confirmamos que não se trata de nenhuma
doença”, enfatiza.
O pesquisador Álvaro Almeida diz que este problema, identificado
com maior intensidade nesta safra no Brasil, vem sendo observado
na Argentina e na Bolívia há 15 anos pelo pesquisador Daniel
Ploper, que não constatou perda de produtividade. De acordo com
Ploper, este fenômeno tem ocorrido, principalmente, em anos com
condições de chuvas mais freqüentes com diferença significativa
entre cultivares. “A diferença de sensibilidade das cultivares
ao problema também está sendo observada no Brasil”, diz o
pesquisador Carlos Arrabal Arias, da Embrapa Soja.
Segundo dados de meteorologia do Instituto Agronômico do Paraná,
janeiro de 2006 foi seco, no norte do Paraná, com apenas 111 mm
de chuvas, quando a média do mês é de 208,5 mm. No entanto, nos
primeiros 9 dias de janeiro de 2007, já choveu 221.6 mm, o que é
mais do esperado para janeiro.
A orientação dos pesquisadores da Embrapa é para que produtores
e técnicos reforcem a atenção para diferenciar as lesões de
coloração marrom de causa desconhecida dos sintomas iniciais da
ferrugem que tem saliência típica e pode ser facilmente
observada com lupa de bolso. “No caso de ferrugem, há
necessidade de controle químico, assim que identificada a
doença”, alerta Claudine. |