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Simpósio traça balanço da ferrugem asiática no Brasil

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Brazil
June 29, 2007

Simpósio Brasileiro de Ferrugem Asiática: Ferrugem foi mais agressiva, mas produtor soube manejar melhor a doença

A agressividade da ferrugem asiática – 2980 focos registrados em todo o Brasil - provocou perdas de 2,67 milhões de toneladas de grãos, o que representa aproximadamente 4,5% da safra 2006/07 ou um prejuízo de U$ 2,19 bilhões. O detalhamento da ocorrência da ferrugem em cada estado produtor de soja foi apresentado ontem, pelos representantes do Consórcio Antiferrugem, durante o Simpósio Brasileiro de Ferrugem Asiática da Soja, que termina hoje, dia 27, no Crystal Palace Hotel, em Londrina (PR).

Mais de 150 pesquisadores, professores e profissionais da assistência técnica participam do evento. De acordo com a pesquisadora Mônica Martins, da Fundação Bahia, a janela de semeadura no estado foi ampla – de outubro a dezembro – o que possibilitou plantas de soja em diferentes estágios vegetativos e conseqüentemente e acarretou em maiores áreas com ferrugem. De acordo com o Sistema de Alerta, a Bahia foi o estado com o maior número de focos registrados: 846. A primeira ocorrência da doença foi em dezembro e o número médio de aplicações para controle da doença foi de 2,5/ha. “No estado, houve perda média de produtividade de 3 sacas/ha, mas a ferrugem não foi a única causa dessa queda, porque os produtores enfrentaram outros problemas como mofo branco, lagarta enroladeira e mosca branca”, afirma a pesquisadora.
No Mato Grosso, maior produtor de soja com 15,2 milhões toneladas, a safra 2006/07 foi de consolidação do vazio sanitário. De 6 mil hectares cultivados anteriormente na entressafra, na última safra, foram cultivados 250 hectares na entressafra (autorizados pelo Ministério da Agricultura).

De acordo com Fabiano Siqueri, da Fundação MT, o vazio sanitário reduziu a presença do fungo causador da ferrugem, tanto que retardou o aparecimento da doença. Com isso, o número de aplicações médias de fungicidas para controle da doença também caiu de 2,5 para 2,4/ha. Por outro lado, a produtividade média cresceu de 2.820 kg/ha para 2990 kg/ha.

Além do vazio sanitário, também colaboraram para o manejo da doença, a concentração do plantio mais cedo do cultivo da soja - 90% plantou até 15/11- e as condições climáticas. “A seca ocorrida em novembro foi favorável aos produtores que plantaram mais cedo a soja, mas também prejudicou um pouco os outros plantios”, avalia Siqueri.

No Paraná, a safra 2006/07 foi a mais agressiva desde a detecção da ferrugem em 2001. O número de ocorrências de ferrugem registrado, nesta safra, foi de 660 focos da doença no Sistema de Alerta. As perdas estimadas foram de 705 mil toneladas ou 6% da produção. Segundo a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, as chuvas excessivas, devido ao fenômeno El Nino, foram as maiores responsáveis pela disseminação da doença. “Mesmo com a agressividade da ferrugem, as perdas foram localizadas, porque os produtores souberam muito bem manejar a doença. O número médio de aplicações para controle da doença foi de 2/ha”, explicou a pesquisadora Cláudia Godoy.

O vazio sanitário deve ser implantando na próxima safra, no Paraná. No entanto, o maior desafio do estado, na entressafra, será o controle da soja voluntária ou tigüera – que brota dos grãos caídos em beira de estrada ou que ficam na lavoura. “O vazio proíbe o cultivo de soja, mas enfrentamos ainda a dificuldade de acabar com as plantas que brotam naturalmente de grãos perdidos”, argumenta.

O Rio Grande do Sul também foi afetado pelo El Nino, mas a primeira ocorrência da ferrugem em lavoura comercial foi em janeiro. O número médio de aplicações para controle da doença foi de 1,8/ha. ”Apesar das chuvas favorecerem a ferrugem, também foram importantes para o desenvolvimento da safra, tanto que tivemos a maior safra dos últimos tempos”, afirma a pesquisadora Leila Costamilan, da Embrapa Trigo. Foram produzidos 9,1milhões/ton”, comemora.

Em São Paulo, houve chuva frequente durante o cultivo da soja e estiagem em fevereiro. A primeira ocorrência da doença foi em novembro, o que resultou em média de 1,8 aplicação/ha para controle da ferrugem: “ a evolução da doença foi mais lenta e tardia que a da safra anterior”, avalia a pesquisadora Silvânia Furlan, do Instituto Biológico.

Em Minas Gerais, a primeira ocorrência da doença foi em novembro e a evolução da doença também foi mais lenta, em relação aos anos anteriores. Houve perda de produtividade e o custo para controlar quatro aplicações da doença foi de R$414/ha. “Mesmo assim, podemos afirmar que, com relação ao manejo da doença, os produtores fizeram o controle satisfatório e de forma preventiva”, afirmou a pesquisadora Dulândula Wruck, da Epamig.

De acordo com o pesquisador José Nunes, do Programa Goiás Soja Protegida, as chuvas foram bem distribuídas no estado e favoreceram tanto a cultura da soja quanto o progresso da ferrugem. O primeiro aparecimento da doença foi na segunda quinzena de novembro, o que resultou em média ponderada de 2,7/ha aplicações para controle da doença. O vazio sanitário foi realizado entre 01 de julho e 30 de setembro.

No Mato Grosso do Sul, as chuvas foram bem distribuídas e em maior quantidade em novembro e janeiro. As primeiras ocorrências da doença foram em novembro. Segundo o pesquisador Paulino Melo Andrade, da Embrapa Soja, o número médio de aplicações de fungicidas para o controle da doença foi de 2,5/ha. “O que fazemos questão de enfatizar é que o critério para aplicação de produto deve continuar a ser o monitoramento”, destaca.

No Maranhão, o início das chuvas foi mais cedo (na segunda quinzena de outubro), a distribuição irregular de chuvas na safra e as temperaturas noturnas foram mais baixas que em anos anteriores favorecendo a ferrugem. As primeiras ocorrências da doença foram em janeiro, mas houve rápida evolução em fevereiro, o que levou a necessidade de 1,5 aplicação/ha para controle da doença. “A ferrugem provocou perda média de 9% da produção esperada”, avaliou o pesquisador Maurício Meyer, da Embrapa Soja.

Jornalista: Lebna Landgraf

 

 

 

 

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