Brazil
October 15, 2007
A ecologia química pode acelerar o
desenvolvimento de cultivares de soja que respondem mais
rapidamente a estresses sofridos pela planta, como o ataque de
insetos, nematóides e fungos. Um grupo de pesquisa
multidisciplinar, liderado pela pesquisadora Clara Beatriz
Hoffmann Campo, da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Soja,
vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, vem estudando as diferentes reações da soja aos
estresses sofridos a campo e revelando novas informações para o
programa de melhoramento genético da Empresa. O tema foi
apresentado durante o 5º Encontro Brasileiro de Ecologia
Química, que terminou nessa quinta-feira (4/10), em Londrina,
PR.
“Sabemos que o teor das isoflavonas ginesteína e daidzeína
aumenta em
sementes de soja danificadas pelos percevejos. Vagens tratadas
com um extrato de sementes danificadas pelo inseto, mostram-se
menos preferidas pelos percevejos, o que é uma evidência
importante que a isoflavona tem um papel ativo no mecanismo de
defesa da soja”, explica a pesquisadora Clara Beatriz.
Para a ferrugem asiática, principal doença da cultura,
identificada pela primeira vez no território brasileiro, em
2001, os pesquisadores da Embrapa descobriram que as plantas
tolerantes produzem gliceolinas (um composto químico também que
atua na defesa da planta) mais rapidamente dos que os materiais
mais sensíveis à doença.
“Essas informações irão ajudar as equipes de biotecnologia e
melhoramento na identificação de marcadores moleculares de
resistência à ferrugem”, explica a pesquisadora. O grupo de
pesquisa também já descobriu que o mesmo composto tem relação
com a resistência ao nematóide de galha, que afeta a raiz da
soja.
Evento
O 5º Encontro Brasileiro de
Ecologia Química reuniu 150 participantes em Londrina, Paraná,
entre os dias 1 e 4 de outubro. Durante quatro dias, agrônomos,
biólogos, químicos, estudantes de pós-graduação, entre outros
profissionais de várias regiões do Brasil, debateram os últimos
avanços das pesquisas com palestrantes da Europa, Estados
Unidos, Brasil e outros países da América do Sul. |
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