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Feira indígena de sementes tradicionais vai premiar aldeias que apresentarem maior diversidade genética de alimentos

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Brasília, Brazil
October 19, 2007

Evento promovido em parceria entre a Embrapa, Funai e União das Aldeias Krahô vai reunir 15 povos indígenas em Tocantins.

A Associação KAPEY – União das Aldeias Krahô, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a Fundação Nacional do Índio - Funai promovem no período de 22 a 27 de outubro a 7ª Feira Krahô de Sementes Tradicionais, no município de Itacajá/TO. O evento, que já está em sua sétima edição, tem como objetivo desenvolver ações para incrementar a segurança alimentar indígena, pelo incentivo à conservação local das variedades agrícolas tradicionais e promoção de capacitações nas áreas de agroecologia e artesanato, entre outras.

Este ano, a Feira vai contar com uma novidade: a premiação Agrobiodivesidade Krahô para a aldeia que apresentar maior variedade genética de milho, fava, arroz, batata-doce e inhame. O objetivo dessa premiação, como explica a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Terezinha Dias, é “incentivar os povos indígenas a cultivarem espécies tradicionais, garantindo assim a variabilidade genética dessas espécies”. Os agricultores também serão premiados individualmente.

Os avaliadores serão pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e da Embrapa Hortaliças, duas unidades de pesquisa da Embrapa localizadas em Brasília, DF, além de agricultores tradicionais selecionados pelo povo indígena Krahô.

“A promoção das feiras de sementes estimula a conservação das variedades agrícolas tradicionais, pela valorização do orgulho da herança cultural relacionada aos recursos genéticos”, ressalta Terezinha. Além dos povos indígenas, pesquisadores e indigenistas, o evento agrega também profissionais e acadêmicos, bem como apopulação do entorno da área indígena em uma grande celebração às sementes tradicionais.
Na sua última edição, em 2004, esse evento reuniu cerca de 2500 pessoas. Em 2007, vai contar com a participação de 15 povos indígenas (Krikati, Apinajé, Gavião, Canela, Guató, Xerente, Kamaiura, Cariri Xocó, Desana, Macuxi e Caxinauá, entre outros) e a pesquisadora da Embrapa e os demais organizadores esperam obter o mesmo sucesso de 2004.

Relação entre Embrapa e comunidades indígenas

A relação entre a Embrapa e as comunidades indígenas começou em 1995, quando representantes do povo indígena Krahô procuraram a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em busca de sementes primitivas de milho e amendoim, que estavam conservadas nas câmaras de conservação da Unidade,onde cerca de 150 mil amostras de sementes são conservadas a 20ºC abaixo de zero.

A partir desse momento, a interação entre a Embrapa e os povos indígenas cresceu e se consolidou, se expandindo para outras aldeias. Em abril deste ano, o diretor-presidente, Silvio Crestana e o presidente da Funai, Márcio Augusto Freitas de Meira assinaram um Termo de Cooperação Geral, com o objetivo de estabelecer normas e procedimentos para regular as ações de pesquisa, desenvolvimento e socialização do conhecimento, em benefício dos povos indígenas.

“As terras indígenas ocupam quase 12% do território nacional - cerca de 104 milhões de hectares – com grandes extensões territoriais na Amazônia, que embora sujeita às depredações dos recursos naturais, às invasões e explorações, ainda atendem às demandas alimentares das comunidades indígenas. No restante do Brasil o quadro é diferente: os povos indígenas habitam territórios exíguos e bastante danificados do ponto de vista ambiental e não conseguem atender às demandas alimentares e sócio-culturais”, afirma Terezinha.

Por isso, uma das prioridades da Embrapa hoje é reforçar a parceria com povos indígenas buscando, ao mesmo tempo, favorecer projetos de plantio e atividades que valorizem e incentivem a agrobiodiversidade, com foco no desenvolvimento local sustentável e na valorização cultural.

Fernanda Diniz &  Edvalson Bezerra, jornalistas

 

 

 

 

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