Brazil
October 31, 2007
As chuvas registradas no final do
mês de setembro e metade de outubro no Sul do país
proporcionaram condições ideais para o estabelecimento da
giberela nas lavouras de trigo. A doença, causada por fungo,
ataca a espiga dos cereais de inverno e pode comprometer o
rendimento e a qualidade dos grãos.
Segundo a pesquisadora da
Embrapa Trigo, Maria Imaculada Pontes Moreira Lima, a
incidência da giberela depende de precipitações pluviais
elevadas, ou seja, dias consecutivos de chuva. Assim, a giberela
pode aparecer a partir do espigamento, apresentando risco até o
enchimento de grãos.
Alguns dos problemas causados pela doença à cultura do trigo são
relacionados ao rendimento e à qualidade do grão, uma vez que
quando a espiga é afetada nos primeiros estágios, o grão não é
formado, e a maioria dos que se formam são perdidos no processo
de colheita.
Na alimentação, o grão com giberela pode estar contaminado com
micotoxinas, que comprometem a saúde humana e causam
complicações digestivas nos animais.
Sobre a ocorrência da doença no Rio Grande do Sul, a
pesquisadora afirma que, com as condições climáticas favoráveis,
a doença começou a aparecer nas lavouras. Ela alerta para a
necessidade de ações preventivas à giberela: "O controle com o
uso de produtos químicos não tem eficiência por completo,
resolvendo em 50 a 70% no combate ao fungo. Por isso, a
aplicação de fungicidas deve ser realizada antes que ocorram
condições climáticas favoráveis", esclarece Maria Imaculada.
Contudo, mesmo que não existam cultivares resistentes, existem
algumas dicas técnicas que podem ajudar o produtor a minimizar
os prejuízos. De acordo com a pesquisadora, fazer escalonamento
de semeadura, plantar cultivares com diferentes ciclos de
desenvolvimento ou plantar cultivares menos suscetíveis são as
melhores alternativas.
"Em unidade demonstrativa na Embrapa Trigo foi realizado
escalonamento de semeadura, ou seja, diversificação da data de
plantio do trigo para minimizar os danos por giberela. As
plantas da primeira semeadura foram as mais afetadas, e as que
foram semeadas após quinze dias, apresentaram menos a doença",
avalia a pesquisadora.
Quanto à observação da doença no campo, Maria Imaculada descreve
que essa é de fácil visualização: "Quando a espiga ainda está
verde, há contraste entre as espiguetas de cor palha, atingidas
pela giberela, com as sadias, que são verdes". |
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