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Brasil: Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) libera terceiro tipo de milho transgênico

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Brasília, Brazil
September 20, 2007

Wellton Máximo, Agência Brasil


A liberação do milho transgênico da empresa Syngenta foi aprovada hoje pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Por 15 votos favoráveis, dois contrários e três abstenções, a comissão permitiu o cultivo do grão geneticamente modificado.

Foi a terceira vez que a CTNBio aprovou o plantio e a comercialização de milhos transgênicos. Para entrar em vigor, no entanto, a decisão precisa ser ratificada pelo Comitê Nacional de Biotecnologia, presidido pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e formado por 17 membros de diversas esferas do governo federal.

A questão pode parar na Justiça, segundo movimentos ambientalistas que apontam falhas no processo de votação. Porta-voz da Campanha Nacional por um Brasil sem Transgênicos, o agrônomo Gabriel Fernandes afirma que as recentes liberações podem ser contestadas na Justiça, onde já tramita uma ação civil pública de autoria do movimento. “Nas últimas votações, houve erros no trabalho da comissão”, afirma.

Entre as irregularidades, Fernandes alega que a CTNBio queimou etapas durante a votação. De acordo com ele, faltou designar um relator para ler um parecer consolidado antes do debate. “Os membros da comissão não sabiam o que estavam votando”, aponta.

De acordo com Fernandes, o presidente da CTNBio, o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Walter Colli, ordenou o início das votações apesar das ressalvas de alguns pesquisadores da comissão, que apontaram falhas nos pareceres. “O mesmo aconteceu nas outras duas votações”, ressalta. O ambientalista comandou hoje um protesto no Ministério da Ciência e Tecnologia, onde ocorreu a reunião da comissão.

O presidente da CTNBio contesta as acusações. Ele diz que todos os procedimentos foram respeitados e nega que as autorizações tenham sido aceleradas sem estudo. “A comissão encomendou pareceres a professores universitários, cientistas e especialistas sobre os efeitos dos milhos transgênicos sobre a saúde e o meio ambiente”, rebate. “Todos os membros da CTNBio votaram com base nesses relatórios.”

Colli alega que os diversos pareceres foram consolidados em dois relatórios setoriais – um sobre saúde humana e animal e outro de meio ambiente e vegetal – antes da votação. “Chegou um momento em que não havia nada o que fazer a não ser deixar a maioria decidir”, avalia. Ele argumenta ainda que os três milhos transgênicos liberados pela CTNBio já são comercializados em diversos países, como Estados Unidos, Japão, Canadá e África do Sul, além da União Européia.

Uma lei sancionada em março pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva reduziu o quórum mínimo para aprovações na CTNBio de 18 para 14 votos. A alteração foi defendida por pesquisadores a favor dos transgênicos, sob o argumento de facilitar a liberação científica e comercial das sementes manipuladas geneticamente, e criticada por movimentos ambientalistas e até representantes do governo porque poderia facilitar autorizações sem a devida segurança técnica.

As votações que permitiram o cultivo de outras duas variedades de milho transgênico ocorreram depois de rebaixado o número necessário de votos.


RELATED RELEASE

Source: Ministério de Ciência e Tecnologia

Milho transgênico da Syngenta é liberado

Sob clima de protesto organizado por membros de movimentos sociais e ONGs ambientalistas, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) liberou ontem (dia 20) o plantio comercial de um terceiro tipo de milho geneticamente modificado no país.

Resistente a insetos, a variedade Bt11, da multinacional Syngenta, foi aprovada por 15 votos favoráveis, dois contra e três abstenções. No próximo mês, o colegiado passa a avaliar a liberação de outro produto da Syngenta, o milho "Pacha", também resistente à bactéria Bacillus thuringiensis.

A nova variedade liberada ontem representa o quinto processo comercial com parecer conclusivo favorável. Desde julho, a comissão autorizou a comercialização do milho Liberty Link, da Bayer CropScience (17 votos contra quatro), e do Guardian, da Monsanto (15 a um).

O "LL" sofre questionamento administrativo de Ibama e Anvisa e não poderá ser registrado antes disso. E o Guardian não será submetido ao Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), composto por 11 ministros, se não houver recurso até 4 de outubro. A CTNBio já havia aprovado a soja Roundup Ready (1998) e o algodão Bollgard (2003), ambos da Monsanto.

Como tem sido regra nas reuniões mensais do colegiado, as opiniões divergentes ganharam forte protagonismo. A ala chamada pejorativamente de ambientalista pelos entusiastas da biotecnologia tentou postergar a votação da liberação comercial com argumentos científicos e processuais.

Mas a maioria pró-transgênicos, consolidada no colegiado ao longo dos recentes embates, resistiu e novamente votou em bloco. "O processo não cumpriu o rito. Não tinha parecer final da setorial vegetal. E feito sem análise de risco e sem estudos no país", afirmou o geneticista Rubens Nodari, representante do Ministério do Meio Ambiente no colegiado. O presidente da CTNBio, Walter Colli, defendeu a opção dos membros e disse não ter havido pressa. "O processos não foi acelerado. Ele é resultado de algo que já vinha acontecendo há dez anos", disse, em referência ao tempo de tramitação do processo do Bt11.

Para votar a liberação, a comissão teve que responder a questionamentos judiciais e atender a uma liminar da Justiça Federal do Paraná pela criação de normas para monitoramento pós-colheita e de coexistência com variedades convencionais de milho. A Monsanto apresentou ontem o plano de monitoramento do Guardian.

Mauro Zanatta
 

 

 

 

 

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