Brasil
July 31, 2008
Com base em dados analisados
durante a última reunião do Consórcio Antiferrugem, realizada no
dia 26 de junho em Londrina, PR, a
Embrapa Soja elaborou
o balanço sobre a ferrugem asiática na safra 2007/08 de soja.
“As perdas estimadas em grãos com a ferrugem da soja nesta
safra, foram da ordem de 418,5 mil toneladas, representando
menos de 1% da produção nacional”, afirma a pesquisadora da
Embrapa Soja, Cláudia Godoy. Financeiramente, a perda em grãos
representa um prejuízo de US$ 204,5 milhões.
A média nacional de aplicações de fungicidas, para o controle da
ferrugem asiática e das demais doenças que incidem na parte
aérea da plantação, foi estimada em 2,2 aplicações por hectare,
semelhante a da safra 2006/07, que apresentou média de 2,3. Na
safra 2007/08, o valor médio de cada aplicação foi de US$ 43 por
hectare, o que resultou em um custo total de US$ 1,97 bilhão
para controle da ferrugem asiática.
Os números alcançados, bastante favoráveis aos produtores,
resultam das práticas de manejo adotadas durante a última safra,
como o “vazio sanitário”, além da condição climática
desfavorável à manutenção e multiplicação do fungo na
entressafra de 2007. “O vazio sanitário é um período, de 60 a 90
dias, durante a entressafra, no qual não é permitido o plantio
da soja, e tem contribuído para reduzir o inoculo da ferrugem
para a safra seguinte”, explica Cláudia Godoy.
Neste ano, o vazio Sanitário é novidade nos estados do Paraná e
da Bahia. O período sem a oleaginosa no campo varia entre os
estados e o calendário completo pode ser consultado no site do
Consórcio Antiferrugem (www.consorcioantiferrugem.net),
onde também estão disponíveis informações e mapas dos focos da
doença em todo o país.
José Nunes Junior, gerente de pesquisa e produção, do Centro
Tecnológico para Pesquisas Agropecuárias de Goiânia, GO,
ressalta a importância do produtor não relaxar diante do
resultado positivo. Para ele, os números da safra 2007/08
devem-se, também, à “condição climática desfavorável para o
desenvolvimento da ferrugem. Entre junho e outubro tivemos altas
temperaturas e seca, o que não favoreceu o desenvolvimento de
soja guaxa. {que nascem a partir de grãos perdidos na colheita
anterior}. Sendo assim, a soja guaxa não sobreviveu e nem a
ferrugem”.
Ao contrário de 2007, que teve uma entressafra quente e seca e
sem ferrugem, neste ano as chuvas prolongaram-se até o mês de
junho, garantindo a umidade necessária para o desenvolvimento do
fungo. “Para a safra 2008/09, a situação está mais preocupante.
O levantamento do vazio sanitário realizado em diversos
municípios de Mato Grosso no período de 8 a 16 de julho passado,
mostrou que, em 50 pontos de amostragem onde havia soja guaxa,
42 estavam com ferrugem”, alerta o engenheiro agrônomo e
consultor, José Tadashi Yorinori.
Portanto, é essencial que as plantas voluntárias sejam
eliminadas do campo durante o período de vazio sanitário para
não permitir que o fungo da ferrugem sobreviva. “O produtor tem
que fazer isso dentro da propriedade dele. É obrigação dele”,
frisa José Nunes Junior. |
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