Brazil
December 3, 2008
A área plantada com trigo em Minas
Gerais praticamente dobrou de tamanho na última safra, chegando
aos 20 mil hectares, mas ainda está distante da meta do Programa
de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Trigo em Minas Gerais
(Comtrigo), que pretende chegar a 200 mil hectares em 10 anos.
Tecnologia para aumentar a produtividade e treinamento da
assistência técnica são as ferramentas que a
Embrapa Trigo vai
disponibilizar como suporte à triticultura na região.
Minas
Gerais apresenta uma série de vantagens no cultivo do trigo
quando comparada à Região Sul, como estações de chuva e seca bem
definidas, que possibilitam previsibilidade tanto de volume de
produção, quanto de qualidade da safra; baixa umidade do ar
durante o ciclo da cultura, diminuindo a incidência de pragas e
doenças; alto potencial produtivo, com índices de 4 mil kg/ha em
sequeiro e 7 mil kg/ha no sistema irrigado; excelente qualidade
industrial, com trigo pão e melhorador; oportunidade de cultivo
no vazio sanitário, como rotação de culturas; colheita na
entressafra do Sul e Argentina, principais concorrentes no
mercados brasileiros; posição geográfica favorável ao escoamento
da safra; e capacidade da indústria moageira local.
Os principais entraves para a expansão da triticultura no estado
foram discutidos no final de novembro, num encontro promovido
pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de MG
(Seapa), que reuniu diversas entidades voltadas à cadeia
produtiva do trigo. O objetivo da reunião, conforme o
coordenador do Comtrigo, Lindomar Antonio Lopes, foi discutir um
programa de pesquisa de trigo para o estado, que será executado
por várias instituições.
Conforme o Chefe de Pesquisa da Embrapa Trigo, João Leonardo
Pires, muitos dos fatores limitantes estão relacionados a ações
de pesquisa e transferência de tecnologias: “baixa
disponibilidade de sementes, número reduzido de cultivares
adaptadas ao sistema de sequeiro, controle da doença brusone,
avaliações sócio-econômicas da cultura, armazenamento e
instabilidade no sistema sequeiro são alguns dos problemas em
que a pesquisa deve agir”.
Ações continuadas
As cultivares atualmente usadas pelos agricultores em cultivo
irrigado e parte das cultivares de sequeiro foram desenvolvidas
pela Embrapa. A Embrapa Trigo dispõe de um pesquisador, Joaquim
Sobrinho, estabelecido em Uberlândia, dedicado ao melhoramento
genético de cultivares. A empresa conta ainda com o escritório
de negócios tecnológicos do triangulo mineiro, a Embrapa
Transferência de Tecnologia. “A principal contribuição da
Embrapa Trigo será a continuidade do nosso programa de
melhoramento, com ênfase para Minas Gerais. A idéia é fortalecer
o trabalho com a empresa mineira de pesquisa, a Epamig,
desenvolvendo uma rede experimental de avaliação de linhagens e
cultivares de trigo que atendam as necessidades do produtor”,
explica o pesquisador Márcio Só e Silva, coordenador do programa
de trigo no Brasil Central.
A troca de informações com pesquisadores que acabam de ser
contratados pela Epamig para trabalhar exclusivamente com trigo,
também vai garantir ações integradas da pesquisa. Outro ponto de
apoio da Embrapa, serão as ações de transferência de tecnologia,
como cursos e treinamentos sobre a cultura para técnicos da
Emater/MG e Cooperativas. A Fundação Triangulo participa do
projeto como catalizadora no desenvolvimento e finalização das
novas tecnologias geradas pela pesquisa, assim como outras
entidades participantes do COMTRIGO, que trabalha na prospecção
de demandas do setor para tornar a região mais competitiva.
Participam do programa representantes da Seapa, Epamig, Embrapa
Trigo, Associação dos Produtores de Sementes do Estado de Minas
Gerais (Apsemg), Associação dos triticultores de Minas gerais
(Atriemg), Sindicato do Trigo de Minas Gerais (Sinditrigo-MG),
Cooperativa Agropecuária do Alto Paranaíba (Coopadap),
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),
Fundação Triângulo, Emater/MG e produtores da região. |
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