Brazil
January 4, 2008
Boa parte das lavouras de soja
brasileiras está terminando a fase floração e iniciando a
formação de vagens. É o momento para intensificar o
monitoramento das pragas, especialmente, dos percevejos da soja.
Segundo a pesquisadora Beatriz Correa-Ferreira, da
Embrapa Soja, para
evitar danos à lavoura e gastos com aplicações desnecessárias de
inseticidas, a indicação é o monitoramento da lavoura com base
nos princípios do “Manejo Integrado de Pragas”. As orientações
estão no Sistema de Alerta de safra da Embrapa Soja, no endereço
www.cnpso.embrapa.br.
As tomadas de decisão para o controle das pragas da soja devem
ser baseadas no nível de ataque, no número e tamanho dos
insetos-pragas e no estádio de desenvolvimento da soja. A
ferramenta que auxilia essa observação é o pano-de-batida,
instrumento que pode ser confeccionado pelo próprio produtor.
“Usando pano-de-batida e fazendo vistorias semanais à lavoura, o
agricultor tem a dimensão da incidência das pragas. Com essas
informações em mãos, fica mais fácil tomar decisões”, explica a
pesquisadora.
A Embrapa Soja não recomenda a aplicação preventiva de produtos
químicos, pois, além do grave problema de poluição ambiental, a
aplicação desnecessária eleva os custos da lavoura e contribui
para o desequilíbrio populacional dos insetos.
Monitoramento
É preciso muita atenção durante o monitoramento porque cada
praga tem um comportamento específico na lavoura. Os percevejos
adultos, por exemplo, costumam ficar na parte mediana das
plantas nos horários mais quentes do dia, mas podem ser
observados pela manhã e no fim da tarde nas partes altas da
planta.
Embora os percevejos adultos sejam os mais facilmente
identificáveis na cultura da soja, os levantamentos têm mostrado
que a maioria da população daninha de percevejos (72% a 85%)
durante o período reprodutivo das plantas, é composta por formas
jovens, ninfas de 3ª, 4ª e 5ª idade, que causam à soja prejuízos
semelhantes aos causados pelos percevejos adultos.
O período mais crítico para a planta é a fase de final do
desenvolvimento de vagens ao enchimento de grãos, embora o
monitoramento seja necessário desde a fase de canivetinho até
próximo à colheita.
“A simples observação visual sobre as plantas não expressa a
população real de percevejos na lavoura. O monitoramento é
necessário e o controle deve ser realizado somente quando forem
atingidos os níveis de dois percevejos por pano-de-batida (= 1 m
de fileira) para lavouras de grãos e um percevejo por
pano-de-batida para produção de sementes”, orienta. |
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