Brazil
January 11, 2008
Uma nova cultivar de arroz
desenvolvida pela Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a BRS Jaçanã,
já testada e adaptada aos cultivos irrigados em Roraima, poderá
oferecer uma produtividade 7% maior do que está se conseguindo
atualmente no Estado.
Durante a abertura da colheita da safra de arroz 2007/2008, na
sexta-feira( 11) o chefe-geral da Embrapa Roraima (Boa
Vista-RR), Antonio Carlos Centeno Cordeiro expôs aos produtores
sobre essa cultivar .
Na abertura oficial da colheita, que será na fazenda
Providência, município de Normandia, a Associação dos Arrozeiros
de Roraima (AARR) comemora a produtividade média de 127 sacas
(50 quilos cada) por hectare, o equivalente a 6.350 quilos de
arroz com casca por hectare.
Se a produtividade atual já é considerada satisfatória, há
possibilidade de se tornar ainda melhor. O chefe-geral da
Embrapa Roraima anuncia que para a próxima safra, apenas com o
uso de uma nova semente com tecnologia Embrapa - a cultivar BRS
Jaçanã - os produtores de arroz irrigado poderão aumentar a
produtividade, passando de 127 para 136 sacas por hectare, sem
gastar com mais insumos.
Esse percentual de acréscimo na produtividade representa 450
quilos extras de arroz com casca por hectare, que depois de
beneficiado chega a 270 quilos. Considerando o preço atual (R$
42), segundo informado pela AARR, do fardo de arroz beneficiado,
a adoção da nova cultivar poderá render R$ 378 a mais por
hectare e num conjunto de 1 mil hectares isso representa um
incremento de R$ 378 mil na renda do produtor.
“Esses números mostram a importância de uma tecnologia que pode
aumentar a produtividade sem aumentar os custos para o
produtor”, afirma Antonio Carlos. A cultivar BRS Jaçanã é uma
tecnologia gerada pela Embrapa, obtida de um cruzamento de
outras três sementes.Ela vem sendo testada e validada pela
Embrapa em Roraima em áreas de várzea nos últimos quatro anos e
os experimentos têm mostrando bons resultados, segundo Antonio
Carlos, que é pesquisador e trabalha com melhoramento genético
na cultura do arroz.
A BRS Jaçanã está sendo indicada para cultivos irrigados em
Roraima, Pará, Tocantins e Goiás. A Embrapa tem cultivos com a
BR Jaçanã, no campo experimental da várzea do rio Branco, no
município do Cantá. A previsão é apresentar aos produtores em
março, quando os grãos estiverem em ponto de colheita.
Essa cultivar destaca-se pela resistência ao acamamento, curto
período de maturação de pós-colheita e alto rendimento de grãos
inteiros. Para que o cultivo manifeste suas vantagens é
necessário seguir as recomendações técnicas. Por exemplo,
segundo os pesquisadores, o rendimento de grãos inteiros está
diretamente relacionado com o ponto de colheita do arroz.
Para a BRS Jaçanã recomenda-se também um rigoroso controle
preventivo contra a brusone em localidades em que haja alta
incidência dessa doença, além do adequado manejo da altura da
lâmina d´água e da adubação nitrogenada.
Um fator que irá ajudar na disponibilização de sementes no
Estado é que em fevereiro deste ano está prevista a inauguração
da Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS) da Embrapa
Roraima, no campo do Monte Cristo, que vai permitir a reprodução
de sementes de alta qualidade genética. Produtores locais
poderão se credenciar para produzir sementes.
História
O início dos cultivos de arroz irrigado em Roraima coincidiu com
a implantação da Embrapa no estado, na década de 80. Desde
então, várias pesquisas foram feitas, testando e adaptando novas
cultivares tanto para cultivo irrigado quanto de sequeiro. Com o
arroz irrigado, isso permitiu sair de uma produtividade média
que começou com 3.540 quilos por hectare na década de 80 para
chegar aos atuais 6.350 quilos por hectare, representando um
crescimento de produtividade próximo a 80% em pouco mais de duas
décadas.
Agricultura Familiar
A Embrapa também desenvolve cultivares de arroz para terras
altas (de sequeiro) , utilizado na agricultura familiar em
sistemas menos mecanizados. A atual cultivar recomendada para
Roraima é a BRS Sertaneja, indicada também para os estados do
Pará, Maranhão, Piauí, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Mato
Grosso e Rondônia. A BRS Sertaneja se adapta a diversas
condições de cultivo, incluindo renovação de pastagens, rotação
de culturas em áreas já cultivadas, novas áreas de cultivo e
integração lavoura-pecuária. |
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