Brasília, Brazil
March 27, 2008
Elas sempre foram conhecidas pelo
gosto forte característico e são indispensáveis como temperos em
alguns pratos muito apreciados, como feijoada, moqueca, entre
outros. Só que além de saborosas, as pimentas proporcionam
também benefícios à saúde, como a liberação de endorfinas,
substâncias fabricadas pelo cérebro humano que funcionam como
“analgésicos” naturais no organismo. E tem mais: as substâncias
picantes das pimentas melhoram a digestão estimulando as
secreções do estômago e também facilitam a sua circulação,
favorecendo a cicatrização de feridas (ulceras), desde que
outras medidas alimentares e de estilo de vida sejam aplicadas
conjuntamente. A pimenta possui ainda propriedades
anticancerígenas e é muito rica em vitamina C.
A Embrapa, com sua grande equipe de pesquisadores em diversas
unidades distribuídas por todo o Brasil, tem investido no
melhoramento genético das pimentas e para conquistar mais espaço
no contexto gastronômico, desenvolve variações de sabor e
aparência que permitem a adaptação aos mais diferentes gostos.
Hoje o mercado de pimenta mundial este cada vez mais
diversificado e a Embrapa
acompanha essa tendência, investindo em pesquisas para garantir
as boas práticas na produção de conserva, molho e geléia.
Quem quiser saber mais sobre o trabalho da Embrapa com pimentas
pode visitar o estande da Empresa durante 95ª Feira Botânica do
Shopping CasaPark, em Brasília, DF, nos dias 28 e 29 e 30 de
março, onde serão mostradas diferentes variedades dessa espécie.
Os apreciadores dessa iguaria vão conhecer também trabalhos
artesanais com pimentas ornamentais feitos por pequenos
produtores da cidade de Planaltina, DF, que estarão à venda no
estande.
Conservar para melhorar
Um dos focos da pesquisa da Embrapa com pimentas, como explica o
pesquisador da Embrapa Hortaliças, Geovani Bernardo Amaro, é
conservar a maior quantidade possível de variabilidade genética
dessa espécie para garantir material para o melhoramento
genético. A coleção de pimentas da Embrapa Hortaliças do DF é
hoje uma das maiores e diversificadas do mundo. “Essa coleção
representa uma fonte de conhecimentos para a ciência, já que
guarda genes e características que podem ser usados em
cruzamentos para desenvolver novas variedades mais produtivas ou
adaptadas às condições de mercado,” ressalta Amaro.
Além da coleção da Embrapa Hortaliças, á qual os cientistas
chamam de ativa, já que as sementes e mudas são constantemente
multiplicadas e manipuladas, os cientistas conservam também mais
de 440 acessos de pimentas de diversas espécies em outra unidade
de pesquisa da Empresa: a Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia, também localizada em Brasília. Lá as sementes são
conservadas a longo prazo a 20°C abaixo de zero. “É como um
backup”, explica o pesquisador.
Parcerias para desenvolvimento de novas variedades de
pimentas
No Brasil, o agronegócio de pimentas movimenta, desde o
processamento até à comercialização, cerca de R$ 80 milhões por
ano. Segundo Amaro, a Embrapa tem investido muito na parceria
com empresas privadas e associações de produtores para
desenvolvimento de variedades resistentes a viroses e com
características melhoradas para atender as exigências do mercado
mundial.
As variedades de pimenta mais cultivadas no Brasil são: a
“malagueta”, “dedo de moça”, “cumari” e “de cheiro”, entre
outras. “Estamos apostando também em pesquisas com uma nova
variedade que vem ganhando cada vez mais espaço no Brasil, como
a “biquinho”, que é uma pimenta doce e já muito utilizada no
triângulo mineiro, DF e São Paulo, entre outros estados. Foram
lançadas também diversas linhagens que servem de base para
corrigir doenças e duas cultivares de pimentas “jalapeño” que
estão na sua fase final de registro”, afirma.
A 95ª Feira Botânica no Shopping CasaPark acontece nos dias 28
(sexta),das 10 às 22h, 29(Sábado), das 10 às 22h e 30(Domingo),
das 12 às 20h.
Lá também serão distribuídas ao público sementes de
“Feijão-de-porco” e “Olho-de-Cabra.”.
Fernanda Diniz, Jornalista
Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia |
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