Brazil
July 28, 2009
Proporcionar
aos agricultores da região semi-árida do Nordeste brasileiro uma
alternativa viável de produção de alimentos e forragem e de
geração de renda. Para isso, disseminar a cultura do sorgo,
usando como instrumentos a capacitação de profissionais da
assistência técnica e de produtores no manejo da cultura, a
validação de cultivares adaptadas às condições da região e a
disponibilização de informações. São estes os principais
objetivos de projeto de transferência de tecnologia que a
Embrapa Milho e Sorgo
(Sete Lagoas-MG) implementará em breve.
O projeto, coordenado pelo agrônomo Marco Aurélio Noce, foi
aprovado internamente na Embrapa e envolve diversos parceiros,
entre eles instituições estaduais de pesquisa e outras unidades
da empresa. Devido às suas características agronômicas, o sorgo
foi a cultura agrícola escolhida. Em comparação com o milho,
bastante comum em grande parte do meio rural nordestino, o sorgo
é mais tolerante a altas temperaturas (típicas na região), mais
eficiente na absorção de água e de nutrientes do solo, além de
suportar melhor situações de déficit hídrico.
De acordo com o coordenador do projeto, a irregularidade hídrica
torna a agricultura na região uma atividade de alto risco e gera
sucessivas frustrações de safra. "A situação requer culturas que
possam suportar melhor as deficiências do ambiente, como o
sorgo, além de ações eficientes de transferência de tecnologia e
de assistência técnica", aponta. Em termos de qualidade
nutricional dos grãos e da forragem, o sorgo e o milho são
praticamente idênticos; uma vantagem para o sorgo é seu custo de
produção, que geralmente é menor.
Na região a ser trabalhada no projeto, a cultura do sorgo ainda
é incipiente. De acordo com levantamento divulgado em julho pela
Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), na safra 2008/2009
a produtividade média no Nordeste foi de pouco mais de 1.500
kg/ha, a mais baixa entre todas as regiões do país. E o índice
está bem abaixo da média brasileira, que é de quase 2.300 kg/ha.
Mas não há apenas más notícias: da safra 2007/2008 para a
última, a área plantada com sorgo cresceu mais de 36% no
Nordeste; mesmo com uma queda na produtividade em torno de 2%, a
produção final foi 33% maior.
No projeto, que deve começar nos próximos meses, serão
trabalhados municípios de quatro estados: Bahia (Cansanção); Rio
Grande do Norte (Apodi, Canguaretama e Pedro Avelino); Ceará
(Santana do Cariri, Araripe e Porteiras); e Sergipe (Nossa
Senhora das Dores, Frei Paulo e Carira). Marco Aurélio diz que
"todas as ações serão desenvolvidas em parceria com as empresas
locais de pesquisa e assistência técnica, cujos profissionais
receberão treinamento sobre a cultura do sorgo de forma a
disseminar este conhecimento em suas regiões de atuação". |
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