Brazil
July 29, 2009
O Departamento de Pesquisa e
Desenvolvimento (DPD) da Embrapa
divulgou quais serão os sete novos projetos de pesquisa frutos
das chamadas do convênio Embrapa-Monsanto.
Os projetos, todos de biotecnologia, foram aprovados com ajustes
em julho, pelo Comitê Gestor do Fundo de Pesquisa
Embrapa-Monsanto. Quatro propostas foram submetidas ao Edital
10/2008 e três à Chamada 5/2009. Os pareceres finais do Comitê
serão enviados nesta semana para os líderes dos projetos, que
terão até o dia 20 de agosto para enviarem os ajustes
diretamente para o DPD.
O primeiro projeto aprovado é Expressão de genes envolvidos com
a resposta ao estresse hídrico em plantas transgênicas de
feijoeiro, liderado por Francisco José Lima Aragão, da
Embrapa Recursos
Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF). Terá como objetivo
a obtenção de plantas transgênicas de feijão tolerantes à seca,
por meio da expressão do gene BiP de soja e do gene DREB de
mamona. Alternativamente, as plantas de feijão transgênico
obtidas com expressão desses dois genes poderão ser tolerantes a
outros tipos de estresse vegetal.
Plataforma tecnológica para a expressão e produção de proteínas
recombinantes em plantas é o nome do segundo projeto aprovado,
liderado por Elíbio Rech, também da Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia. A idéia é desenvolver uma plataforma, a partir da
parceria entre a Embrapa, o Ludwig Institute for Cancer
Research, o New York Branch of Human Câncer Immunology at
memorial Sloam-Ketting Cancer Center Research e o National
Institute of Health (NIH), que são instituições consideradas
referencias nacionais e internacionais na área de clonagem de
genes, transgenia, produção de biomoléculas e imunologia. O foco
de atuação da plataforma será a expressão e a produção de
proteínas recombinantes em plantas de soja e tabaco.
A Embrapa Milho e Sorgo
(Sete Lagoas-MG) coordenará o terceiro projeto, Fenotipagem,
avaliação de mecanismos de tolerância e associação genômica
aplicadas ao desenvolvimento de recursos genéticos de cereais
adaptados à seca, a partir da liderança do pesquisador Newton
Portilho Carneiro. O trabalho terá como objetivo identificar e
caracterizar recursos genéticos e mecanismos fisiológicos e
moleculares de tolerância à seca em cereais, avaliados em sítios
específicos de fenotipagem. O desenvolvimento de cultivares
tolerantes às limitações hídricas será uma alternativa
sustentável para mitigar os impactos negativos das mudanças
climáticas globais.
O estudo do transcritoma do Bicudo do Algodoeiro e da Broca
Gigante para avaliação de genes candidatos a silenciamento por
RNAi (RNA interferente) é o tema o quarto projeto aprovado. Ele
será liderado por Maria de Fátima Grossi de Sá, da Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia, que buscará, por meio da
transgenia de plantas, com a introdução de proteínas tóxicas, o
controle dessas duas importantes pragas para a agropecuária
nacional. A estratégia consiste em nocautear irreversivelmente
um gene, impedindo que a proteína codificada por ele seja
expressa.
A estratégia do RNAi também será utilizada no quinto projeto,
Desenvolvimento de estratégia baseada em RNAi para geração de
mamoeiro resistente a múltiplas viroses. O trabalho será
liderado por Francisco José Lima Aragão, também da da Embrapa
Recursos Genéticos e Biotecnologia. Este projeto visa o
desenvolvimento de novas linhagens de mamoeiros resistentes
simultaneamente aos vírus da mancha anelar, do amarelo letal e o
da meleira (principais doenças da cultura) utilizando a
estratégia de RNAi. A produção de cultivares de mamoeiros
resistentes à infecção por esses vírus é a opção mais promissora
e desejável para ser utilizada em um manejo integrado de pragas.
Já o projeto Aperfeiçoamento do sistema de manejo de Diabrotica
spp. nas culturas do milho e batata será liderado por Ana Paula
Schneid Afonso, da Embrapa Clima Temperado (Pelotas-RS). A
Diabrotica speciosa é um inseto-praga que afeta diversas
culturas no Brasil e que ocorre praticamente em todos os Estados
brasileiros e em vários países da América do Sul. A
transferência de genes exógenos para espécies de plantas
cultivadas a partir das novas técnicas de engenharia genética
propiciou o desenvolvimento de cultivares resistentes a insetos.
Os genes para resistência a insetos mais conhecidos e estudados
até o momento são os que expressam as proteínas da bactéria
Bacillus thuringiensis (Bt). Embora esta nova tecnologia
propicie adequado controle de pragas, sabe-se que se mal
manejada pode favorecer (acelerar) o desenvolvimento de
populações com resistência aos produtos transgênicos, como
ocorre com os produtos biológicos (microbianos) e convencionais
(químicos). Neste sentido, é fundamental estabelecer métodos de
estudo e manejo para os organismos geneticamente modificados
(OGM), como monitorar em laboratório as populações de insetos
quanto à suscetibilidade ao produto comercial.
O sétimo projeto aprovado foi o de Caracterização morfologica e
molecular de populações de Noctuideos e determinação da
suscetibilidade a inseticdas e toxinas de Bacillus
thuringiensis, liderado por Daniel Ricardo Gomez, da Embrapa
Soja (Londrina-PR). Para combater o aparecimento simultâneo de
espécies de lagartas na cultura da soja produtores rurais têm
utilizado cada vez mais inseticidas químicos de amplo espectro
(piretróides, organofosforados e carbamatos), o que tem
restringido o uso de produtos de maior seletividade (por
exemplo, o vírus AgMNPV da lagarta-da-soja e Bacillus
thuringiensis). O incremento da utilização de piretróides e
alguns organofosforados têm ocasionado aumento das populações de
outras pragas, como por exemplo, ácaros, dificultando o manejo
adequado das pragas da soja. Portanto, o monitoramento é
essencial nos programas de manejo de pragas para verificar se a
ineficiência do controle químico é devida à seleção de genótipos
resistentes ou ainda determinar a condição real da resposta das
populações geográficas a um inseticida (ou toxina) e definir se
existe a necessidade de modificar as táticas de manejo. Com a
liberação de culturas Bt (milho e/ou algodão) nos paises
vizinhos, na Argentina em 1998, no Uruguai em 2004 e no Brasil
em 2007 tornam-se necessários estudos de linhas base de
suscetibilidade a essas toxinas. Assim, a caracterização precisa
dessas populações geográficas através de estudos de
variabilidade genética permite inferir as taxas de fluxo gênico,
as quais têm importância nos estudos de resistência e verificar
se as diferenças genéticas estão relacionadas com suas plantas
hospedeiras.
A previsão é de que os sete projetos entrem em execução em
agosto ou setembro deste ano.
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