Brasil
July 22, 2009
Mais
coloridas e duráveis que as de clima temperado, as flores
tropicais despontam como alternativas de cultivo na Amazônia e
são tema de dia de campo que será realizado pela Embrapa
Rondônia no próximo sábado, dia 25, em Porto Velho. O evento
aborda dois pontos críticos da produção de flores: a colheita,
que precisa ser realizada no tempo certo de maturação da planta,
e a pós-colheita, com técnicas que vão garantir a qualidade do
produto que chega ao consumidor. Mercado local, possibilidades
de negócio e limitações da cadeia produtiva também serão
tratados.
Especialista em agricultura tropical, a pesquisadora Vanda
Gorete Souza Rodrigues, da
Embrapa Rondônia,
explica que a grande vantagem das flores tropicais em comparação
com as flores de clima temperado - como rosas e crisântemos - é
a durabilidade. "As flores tropicais duram de sete a dez dias,
dependendo da técnica de pós-colheita", explica a pesquisadora.
Mas a durabilidade está diretamente relacionada à época de
colheita. Pesquisadores realizaram experimentos com oito
diferentes espécies de flores tropicais em Porto Velho para
identificar o ponto ideal de corte. Foram testadas colheitas em
diferentes estágios de abertura das flores. Os resultados estão
sendo analisados e serão organizados em publicação técnica.
Além da época de maturação, os especialistas lembram que é
importante respeitar os horários para colheita. Os cortes devem
ser feitos em horários de temperaturas mais amenas, como o
início da manhã ou o final da tarde. O transporte do campo para
o galpão de beneficiamento deve ser rápido, para evitar que as
flores fiquem por muito tempo expostas ao calor.
Depois da colheita, são adotadas técnicas para garantir a
qualidade do produto. O primeiro passo é o resfriamento. As
plantas devem permanecer em temperatura de aproximadamente 15°
C. Depois é necessário limpar as flores com água. É importante a
aplicação de produtos para controle de insetos. O passo seguinte
é fazer a hidratação, depois a classificação e, por fim, a
embalagem.
Mercado potencial
Estudo realizado pela empresa de consultoria Hortica em Porto
Velho e Ji-Paraná, esta última cidade localizada na região
central de Rondônia, mostra que existe uma grande procura por
flores tropicais ainda não atendida pela produção local. O
potencial de mercado para a capital do Estado, por exemplo, é de
152.550 hastes da família das helicônias por ano. Apenas 15,5%
da demanda é atendida pela produção local. A atividade econômica
movimenta cerca de R$ 4,5 milhões por ano na cidade.
O "Dia de campo sobre colheita e pós-colheita de flores
tropicais" é uma atividade do "Projeto Rondônia em Flores
Topicais", uma iniciativa do Sebrae com apoio da Emater-RO e da
Embrapa Rondônia, uma das 42 unidades da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento. As atividades começam às 8h da manhã e
serão realizadas na Chácara Santa Luzia das Flores, localizada
na Linha São Pedro, km 11 da BR 364 sentido Cuiabá, em Porto
Velho, Rondônia. |
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