Brazil
March 6, 2009
Pesquisadores da
Embrapa Hortaliças
ministraram curso de produção de pimentas a 32
consultores/multiplicadores do Sebrae, no dia 02 de março
último, em Goiânia. Realizado no Centro de Treinamento da
Agência Rural (Centrar), instalada na Universidade Federal de
Goiás, o curso abordou questões como a variabilidade do mercado
de pimentas, recomendações técnicas e aspectos fitossanitários
da cultura, informações que serão repassadas pelos técnicos do
Sebrae às 400 famílias assistidas pelo convênio Sebrae/Incra,
assentadas em 32 municípios goianos.
Procedendo à abertura do curso, o pesquisador José Mendonça
traçou um histórico do cultivo da pimenta, desde os seus
primórdios até os dias atuais e expôs os aspectos positivos da
variabilidade de uso das cultivares disponíveis. "Tendo em vista
o mercado crescente da pimenta, ressaltei a importância de se
exercitar a criatividade, e oferecer novos atrativos para os
consumidores", relata Mendonça, que apontou como exemplo o
sucesso da mistura do chocolate com a pimenta, e o recente
casamento da pimenta com o piqui.
Para ele, a tendência é de aumento das áreas cultivadas com
pimenta, já que as famílias assentadas só têm a ganhar com a
expansão. "O custo de implantação é baixo, envolve toda a
família, obtêm-se renda semanal e por ser de fácil conservação,
o próprio assentado comercializa sua produção".Opinião
semelhante foi expressada pelo pesquisador Geovani Amaro, que
abordou temas como preparação do solo, produção de mudas,
adubação, tratos culturais e colheita. "Os produtores estão
percebendo que a pimenta é um bom negócio, e de secundária a
hortaliça deve passar para a principal atividade", prevê
Geovani. Atualmente, os assentados exploram a pecuária e o
plantio de eucalipto e de maracujá.
Segundo o pesquisador, o aumento do cultivo pode ser comprovado
pelo crescimento do número de famílias que agregaram a pimenta a
outras atividades. "Conforme dados repassados pelo Sebrae, em
2006, eram 120 famílias no norte de Goiás, em 2007 esse número
cresceu em mais 130, e em 2008, mais 150. Em números redondos,
foram contabilizadas 400 famílias", discorre o pesquisador. Ele
chama a atenção para o fato de que esses números são referentes
apenas às famílias assistidas pelo Sebrae.
O pesquisador Carlos Alberto Lopes, que abordou as questões
relacionadas ao manejo de pragas e doenças, conta que a
participação da Embrapa Hortaliças envolveu a teoria e a
prática. Na parte teórica, foi realizada uma exposição dos
aspectos fitossanitários da cultura da pimenta, sendo que a
prática foi apresentada na propriedade do produtor Renato Neves,
localizada no município de Petrolina.
Maior produtor de pimenta de Goiás e um dos maiores do Brasil,
Neves atende o mercado local e exporta para diversos outros
estados. Segundo Lopes, 100% das plantas sofrem com a infestação
frequente com vírus, o que vai demandar uma avaliação mais
minuciosa da área de fitopatologia da Unidade. "Amostras de
plantas com sintomas típicos de virose foram coletadas e
entregues à pesquisadora Alice Nagata para diagnóstico do vírus
presente", explicou o pesquisador. Ele acrescenta que também
amostras de folhas da cultivar "Biquinho’, infectadas com
Xanthomonas sp, foram encaminhadas à pesquisadora Alice Quezado. |
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