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Brasil: Exportações de algodão bateram recorde em 2008, mas produção cairá este ano

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Brasília, Brasil
March 12, 2009

Danilo Macedo, Agência Brasil

O ano de 2008 foi “extremamente positivo” para o setor algodoeiro, segundo avaliou hoje (12) o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha. O balanço apresentado mostrou um aumento de 27% no volume e de 37% no valor exportado no ano passado na comparação com 2007, consolidando o país como o quarto maior exportador mundial de algodão.

Além do aumento de 419,4 mil para 532,9 mil toneladas exportadas, a indústria brasileira também importou 55,6% menos algodão, reduzindo as compras vindas do exterior de 96,8 mil para 54,8 mil toneladas. Dessa forma, o saldo da balança comercial de algodão no Brasil fechou 2008 em US$ 641,2 milhões.

Segundo o presidente da Abrapa, esse cenário é um marco, se comparado ao de 12 anos atrás, quando o país era o segundo maior importador mundial de algodão. Apesar disso, a previsão para 2009 é de redução da área plantada e, conseqüentemente, da produção. “A partir de novembro do ano passado, as exportações caíram muito, reflexo da crise”, disse Cunha.

Consultorias internacionais estimam que o consumo mundial de algodão deve cair de 26,3 milhões de toneladas na safra 2007/2008 para 23,8 milhões de toneladas na atual. Os estoques no início deste ciclo eram de 12,5 milhões de toneladas, suficientes para abastecer todos os países por seis meses, caso não houvesse nenhuma produção. “É a maior queda no consumo de algodão desde a Segunda Guerra Mundial”, afirmou Cunha.

O preço da libra de algodão, medida internacionalmente usada para medir o produto e equivalente a 453 gramas, que chegou a custar US$ 0,84 em julho do ano passado, hoje vale US$ 0,43. No entanto, o custo de produção no Brasil, segundo a Abrapa, é de US$ 0,64. “Existe uma necessidade de se produzir a um custo mais baixo, e o governo está ciente disso. É um custo que, além dos insumos, também está na legislação e na infra-estrutura precária”, disse o presidente da associação.

Uma das alternativas para reduzir o custo é o plantio adensado, no qual se cultiva mais pés de algodão em um espaço menor, diminuindo a área por planta. Esse modelo já está sendo testado em algumas regiões do país. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), desde 1997, quando o país era o segundo maior importador mundial de algodão, a produção brasileira triplicou e a produtividade aumentou em 90%.

A estimativa da Abrapa para a atual safra é de 856 mil hectares plantados com algodão, redução de mais de 20% em relação ao 1,08 milhão de hectares plantados na anterior. A produção deve cair de 1,6 milhão para 1,25 milhão de toneladas. Segundo Cunha, o produtor não está com pressa para comercializar sua produção porque ainda não se sabe o que pode acontecer com o mercado, que está instável no momento.

A expectativa maior do setor é em relação ao desfecho da briga com os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC). Depois de mais de cinco anos e US$ 3,5 milhões gastos pela Abrapa com advogados e outros especialistas, o órgão de arbitragem tem até 30 de abril para decidir sobre a modalidade e o valor da punição aos americanos. Enquanto o governo brasileiro pede US$ 2,6 bilhões pelos danos causados ao setor algodoeiro brasileiro, os cálculos da outra parte estipulam um valor de US$ 30 milhões mensais até que sejam implementadas as determinações da OMC.

“Caso o valor decidido seja irrisório, primeiro cai em descrédito a OMC e, depois, o governo brasileiro em seu papel de liderança diante dos países agrícolas em desenvolvimento”, afirmou Cunha. Para ele, caso a retaliação autorizada não tenha efeito direto no setor algodoeiro ou agrícola, será avaliado o que os produtores poderão ganhar pela briga, que tem seu fim aguardado por vários outros países com reclamações semelhantes.

 

 

 

 

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