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Brasil - Safra de trigo é a melhor dos últimos anos


Brasil
December 3, 2010

Apesar da redução da área em 11,8%, o trigo brasileiro aumentou a produção em 11,5% em 2010, resultando em uma das melhores safras dos últimos anos, tanto em qualidade quanto em produtividade. Fatores como clima e genética foram fundamentais para o bom desempenho.

Conforme o último levantamento da Conab (nov/2010), a produção estimada do cereal é de 5,60 milhões de toneladas, contra 5,20 milhões da safra passada. Em 2008, a safra de trigo brasileiro chegou a 5,88 milhões de toneladas, mas a produtividade por hectare foi menor. Na Região Sul, onde está 90% da produção nacional, a produtividade média está 20% acima do ano passado, com PH que pode superar 80.

Avaliação Regional

No região dos Cerrados, a estiagem prejudicou o trigo de sequeiro, mas ainda assim os produtores colheram, em média, 1.800 kg/ha. Conforme o pesquisador da Embrapa Trigo, Márcio Só e Silva, apesar do baixo rendimento, a qualidade foi favorecida pelo clima: "O ano seco deixou o grão mais duro, que resulta numa extração melhor da farinha. Grão de tamanho menor certamente terá uma concentração maior de proteína que interessa à indústria". Da mesma forma, para o trigo irrigado o clima seco também ajudou, já que a baixa umidade afastou a ameaça da brusone, doença fúngica que assolou o Cerrado na safra 2009. No trigo irrigado a produtividade média foi de 6 mil kg/ha. "Acredito que o produtor deveria ser melhor remunerado pela qualidade, já que perdeu em quantidade", conclui Só e Silva.

No Paraná, segundo avaliação do DERAL, a produção está estimada em 3,28 milhões de toneladas, com recorde no rendimento médio de 2.880 kg/ha (superior ao recorde de 2008, com 2.850 kg/ha). "A safra atingiu um volume espetacular neste ano, principalmente em função do regime de chuvas que foi bem distribuído ao longo do ciclo da cultura", avalia o analista da Embrapa Soja, Luis Cesar Tavares. Contudo, a qualidade industrial ainda está em discussão entre produtores e moageiros. Um dos principais grupos moageiros do país avalia que em grande parte do trigo recebido até agora, as amostras vindas do Paraná mostram que a força de glúten (W) está acima de 255, enquadrado na classe comercial Pão (conforme atual norma do MAPA), mas a estabilidade farinográfica média está em 10.8 minutos, quando o ideal para a panificação seria de 14 minutos.

No Rio Grande do Sul, mesmo com área decrescente pelo segundo ano consecutivo, a colheita deve ultrapassar os 1,8 milhão de toneladas, com rendimento superior ao de 2003, até então o melhor obtido (2.253 kg/ha). "A produtividade média está estimada em 2.700 kg/ha, com a qualidade beneficiada pelas condições meteorológicas na parte final do desenvolvimento e maturação, com os grãos atingindo, na média, PH próximo a 80", avalia o assistente técnico da Emater/RS, Ataídes Jacobsen. No total de 129 amostras de grãos recebidas no Laboratório de Qualidade da Embrapa Trigo nos meses de outubro e novembro, de diferentes regiões do estado, 55% foram enquadradas como Trigo Pão. "Em anos secos, como o da safra 2010, o número de queda não é problema, pois em geral está acima de 220 segundos, indicando trigo não germinado", observa a pesquisadora da Embrapa Trigo, Martha Zavariz de Miranda. Segundo o pesquisador da Embrapa Trigo, Eduardo Caierão, no Rio Grande do Sul, nesta safra, em consequência da elevada produtividade, a qualidade tecnológica de algumas cultivares de trigo diminuiu, assim, algumas variedades classificadas como Trigo Pão, ficaram enquadradas como Trigo Brando, pois o maior rendimento em grãos comprometeu a qualidade proteica.

Em qualquer região tritícola do mundo, conforme o Chefe-Geral da Embrapa Trigo, Sergio Roberto Dotto, em anos de condições climáticas favoráveis, com alto rendimento de grãos, os índices de qualidade podem variar, principalmente a relação proteína-amido que pode levar à diminuição da força de glúten (W). "Ao contrário do que aconteceu no trigo do Cerrado brasileiro, os grãos em tamanho maior podem ter resultado em mais concentração de amido, com baixo teor de proteína e, consequentemente, menor força de glúten. Isso afeta a qualidade da massa para a panificação", esclarece Dotto. Outra possibilidade que pode ter prejudicado a qualidade do trigo nesta safra em algumas regiões é a mistura de grãos de cultivares de diferentes classes comerciais, como Trigo Melhorador misturado com Trigo Brando. "A mistura pode ter comprometido todo o lote, mas ainda não há posicionamento de cooperativas e moinhos em relação ao assunto", avalia Sergio Dotto.

Aporte tecnológico

Nesta safra, o produtor investiu mais na compra de sementes das cultivares da classe Trigo Pão e com maior potencial de rendimento, o que, na avaliação do gerente da Embrapa Transferência de Tecnologia, escritório de negócios de Passo Fundo, Francisco Tenório Falcão, refletiu nos altos rendimentos alcançados: "Dois fatores foram determinantes para o bom resultado da safra, o clima e o investimento do produtor em tecnologia e insumos".

De acordo com a Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul) a utilização de sementes com procedência garantida tem crescido gradualmente nos últimos três anos nas culturas de grãos em geral. Na safra 2010, cerca de 80% da área com trigo no Brasil foi cultivada com semente certificada. "Não há dúvidas que a aquisição de sementes de procedência garantida vai resultar em maior produtividade. A semente certificada foi avaliada quanto ao vigor, germinação, sanidade e demais atributos fisiológicos que vão determinar o desempenho da cultivar", explica o presidente da Apassul, Eduardo Loureiro.

O investimento na lavoura com o aporte de fertilizantes também foi maior neste ano. Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), a venda de fertilizantes entre janeiro e setembro de 2010 foi 4,4% acima do mesmo período no ano passado. Para o analista da Embrapa Agropecuária Oeste, Alceu Richetti, os custos de produção da cultura do trigo na safra 2010 foram em média 19,2% menores que os da safra 2009. "A queda nos preços dos insumos foi de -53% nos herbicidas e -34% nos fertilizantes, o que motivou o produtor a investir na lavoura de inverno", avalia Richetti.



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Website: http://www.embrapa.br

Published: December 3, 2010

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