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Produção massal de colônias de abelhas sem ferrão e uso comercial para a polinização agrícola serão apresentados na 21ª Agrishow


Brazil
April 8, 2014


A grande vantagem dessas abelhas em relação às outras é que elas possuem o ferrão atrofiado e não conseguem ferroar. Por isso, são inofensivas aos humanos e suas criações e podem ser inseridas e manejadas nos cultivos agrícolas sem oferecer risco. Foto: Cristiano Menezes

Pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA) e da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) desenvolvem um projeto com o objetivo possibilitar a instalação da primeira bio-fábrica de polinizadores no Brasil e oferecer o serviço de polinização por abelhas para os agricultores que dependem delas. O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) por meio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) e tem parceria com a empresa Promip, do setor de controle biológico.

Esse estudo será apresentado na 21ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto, de 28 de abril a 2 de maio, onde pesquisadores do projeto estarão disponíveis para esclarecimentos e serão exibidas três colmeias de observação com abelhas vivas, cada qual com uma espécie diferente de abelha sem ferrão.


 

Conforme Kátia Braga, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente integrante do projeto, “o desenvolvimento da produção massal de abelhas sem ferrão (ASF) e a definição de um protocolo para o manejo comercial dessas colmeias na polinização das culturas, disponibilizará aos agricultores uma nova tecnologia, prática, eficiente e sem riscos à saúde, para a redução do déficit de polinização existente nas lavouras. Com a constatação do aumento na produtividade, essa tecnologia deverá promover, junto aos agricultores, a adoção de boas práticas na condução das culturas, como a adesão ao manejo integrado de pragas (MIP), melhorando a qualidade e a segurança dos alimentos”.

A maioria das plantas cultivadas no mundo depende de animais para produzir frutos e sementes. Elas oferecem recompensas nas flores, como o néctar, e em troca os visitantes transportam os grãos de pólen da parte masculina para a parte feminina das plantas. Esse processo é chamado de polinização e sem ele duas a cada três plantas cultivadas no mundo deixariam de produzir frutos e sementes.

Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e também integrante do projeto, explica que diversos animais podem atuar como polinizadores, como borboletas, pássaros, morcegos, besouros e moscas, mas as abelhas se destacam nessa tarefa e durante muito tempo realizaram esse serviço gratuitamente. “Entretanto, enfatiza Menezes, por causa da destruição dos ambientes naturais, das extensas áreas de monocultura e uso excessivo de agrotóxicos a população de polinizadores na agricultura está em declínio e já é insuficiente em culturas agrícolas economicamente importantes, especialmente na fruticultura. A maioria produtores de maracujá, por exemplo, precisam contratar pessoas para transferir o pólen de uma flor para outra manualmente, pois já não há abelhas suficientes de forma natural ”.

Por isso, atualmente os agricultores precisam contratar o serviço de polinização para aumentar a produtividade. No Brasil esse é um serviço pouco utilizado. Mas em outros países se tornou uma atividade econômica importante. Nos EUA, por exemplo, os agricultores investem cerca de US$ 150 milhões anualmente na contratação de serviços de polinização, oferecidos principalmente por apicultores que transportam e alugam colônias de Apis mellifera durante o período de floração de culturas. Na Europa, foram estabelecidas várias biofábricas para criação em larga escala de mamangavas (Bombus spp.), onde são comercializadas por ano mais de um milhão de colônias para polinização em estufas, principalmente de tomates.

Para os pesquisadores, a realidade já começou a mudar no Brasil. Em Santa Catarina, alguns produtores de maçã pagam aos apicultores cerca de R$60,00 por colmeia para que eles coloquem as abelhas na sua plantação durante o período de floração.

Esse novo segmento de mercado promete mudanças positivas no cenário agrícola brasileiro, porém, a adoção dos serviços de polinização exigirá do agricultor algumas adaptações no manejo da propriedade e nas práticas culturais.

“É importante destacar que para obter os resultados esperados com os polinizadores, certos agrotóxicos, por exemplo, não poderão mais ser utilizados na cultura e deverão ser substituídos por práticas amigáveis às abelhas, como aquelas aplicadas no manejo integrado de pragas e doenças (culturas-armadilha, biocontrole, fitas adesivas, barreiras físicas, entre outras). Assim, o agricultor precisará ser informado sobre quais produtos químicos são compatíveis com as abelhas e quais deverão ser substituídos por soluções alternativas. O resultado será o aumento na produtividade, melhoria na qualidade e segurança dos produtos e menor dano ao meio ambiente”, diz Kátia.

Produção

Para a produção massal de colônias de Mandaguari (Scaptotrigona depilis), a abelha sem ferrão a ser testada pelo projeto, é necessário seguir os seguintes passos: produção de rainhas in vitro, controle da cópula, formação de mini-colônias, alimentação artificial e confinamento, seleção de agrotóxicos compatíveis com essa espécie e definição de práticas agrícolas amigáveis ao serviço de polinização pelas abelhas.

A avaliação da compatibilidade de produtos químicos com os agentes polinizadores será feita testando o efeito letal (exposição por contato tarsal, aplicação tópica e ingestão) e subletal (bioensaio proposto pela Organisation for Economic Co-operation and Development) de agrotóxicos que estão registrados no Brasil para a cultura a ser testada, no caso, o morangueiro.

A eficiência do serviço de polinização será avaliada por meio da comparação da produtividade (peso fresco) das plantas e da qualidade dos frutos (% de frutos deformados) antes e depois da introdução das abelhas nas áreas. E, com o objetivo de garantir a qualidade dos serviços de polinização durante toda a safra, a saúde das colônias será avaliada antes e após a sua introdução nas lavouras.
 



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Website: http://www.embrapa.br

Published: April 8, 2014

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