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Brasil - 5º Seminário Nacional de Tomate de Mesa


Brazil
April 29, 2014

A quinta edição do Seminário Nacional de Tomate de Mesa (5º SNTM) realizada durante os dias 8 e 9 de abril, na cidade de Piracicaba, no interior do Estado de São Paulo, apresentou os mais recentes dados, tendências, tecnologias e estudos científicos que envolvem a Cadeia Produtiva do Tomate de Mesa do Brasil. O evento, que foi promovido pela Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM), reuniu um público estimado de XX participantes, no qual estiveram presentes estudantes, pesquisadores, produtores e demais profissionais ligados ao segmento.

O seminário contou com palestras de renomados especialistas nacionais e internacionais – dos Estados Unidos, Canadá e Chile –, que debateram os principais temas relacionados à produção de tomate de mesa não só no Brasil, como em outros países da América e Europa.
 
Paulo César Tavares de Melo, coordenador científico do 5º SNTM e pesquisador do Departamento de Produção Vegetal da Esalq/USP, destacou durante a abertura a relevância do evento. “Conseguimos reunir aqui diversos profissionais de diferentes áreas da cadeia hortícola, nas áreas de melhoramento genético, sementes, insumos, defensivos agrícolas, fertilizantes, viveiristas, entre outros, em prol de um mesmo objetivo em comum: discutir as principais estratégias e ações para melhorarmos ainda mais o desenvolvimento da tomaticultura de mesa nacional”, afirmou.

 
 
 
 
 




Na ocasião, Steven Udsen, presidente da ABCSEM, agradeceu a todos os parceiros e patrocinadores que possibilitaram a realização do seminário, reforçando que a entidade buscou contribuir para o enriquecimento de conhecimento da cadeia produtiva de tomate, cumprindo uma das principais missões da Associação dentro do setor.








 
 
 
 
Dados de Mercado

Um dos principais destaques do Seminário foi a divulgação dos dados da pesquisa realizada pela ABCSEM, sobre a produção de tomate no Brasil, que teve como referência o ano de 2012. Os números foram levantados com base em dados fornecidos pelos associados da entidade, complementados por informações de órgãos públicos e privados, redes de hortifruti, consultorias, cooperativas, produtores e profissionais experientes do setor. 

O trabalho foi conduzido pelo consultor Márcio Nascimento, da MNAgro, responsável pela consolidação de todos os dados junto à entidade.

A pesquisa apontou que a produção total de tomate no Brasil em 2012 (mercado fresco e indústria) girou em torno de 4,39 milhões de toneladas e foi cultivada dentro de uma área total de 64.200 hectares. Apenas o segmento de tomate de mesa foi o responsável por 3,03 milhões de toneladas do volume total de produção da cultivar no País, tendo sido produzida em uma área total de 42.700 hectares. 

 
 
 
 
 


Diante destes números, Luís Eduardo Rodrigues, presidente do Conselho Fiscal e de Ética da ABCSEM, ressaltou, na ocasião, que “as hortaliças, principalmente o tomate, têm uma importância socioeconômica muito grande para o Brasil, além de contribuir para o bem-estar da população. Por isso, a grande relevância do levantamento e da divulgação de uma pesquisa como essa para o setor”. 

Confira os principais destaques do evento em nossa newsletter. 

 

 

 


Exigências do Consumidor e Tendências de Mercado

 
O 5º Seminário Nacional de Tomate de Mesa teve como Conferência de Abertura o tema: “Avanços no melhoramento do tomateiro para sistemas sustentáveis de cultivo”, proferida pelo pesquisador da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, Jay Scott. Durante sua apresentação, Scott abordou questões técnicas para o aprimoramento do cultivo de tomate e a importância da propagação do conhecimento neste processo, entre os centros acadêmicos e a iniciativa privada, visando a satisfação do consumidor. “Não faz sentido que a universidade seja uma empresa de sementes. Creio que temos que dar às empresas linhas para que concluam suas pesquisas e lancem seus produtos. Portanto, é importante que trabalhemos muito próximos e que haja uma parceria entre as universidades e as empresas”, apontou. 

Atento às demandas de mercado, Scott afirmou também que “embora não seja possível ter um tomate que todos gostem, é possível ter um tipo que a maioria das pessoas goste e que agrade ao paladar”. Contudo, o pesquisador acredita que o grande desafio na inclusão de sabor no tomate é agregá-lo com outros fatores importantes para o desenvolvimento do produto, como a inserção de resistência a alguma doença, por exemplo, sem que um objetivo interfira no outro. 

Tiago Fischer, consultor da Stracta Consultoria, também tratou da questão do consumo em sua palestra: “As tendências mercadológicas de consumo e as estratégias de marketing alinhadas ao novo consumidor”. Fischer destacou que “é fundamental a comunicação entre todos os elos envolvidos na cadeia para atender às expectativas do mercado”. Ele ressaltou ainda a importância do distribuidor dentro do processo, que tem uma posição privilegiada por estar mais próximo do consumidor. 

Para o especialista, um ponto estratégico para quem atua no setor é a realização de feedback, um trabalho que deve ser feito de ponta a ponta da cadeia, visando, sobretudo, atender às demandas do consumidor. O trabalho consiste, inicialmente, em analisar dados e informações de diferentes esferas: legal, política, tecnológica e ecológica. Contudo, são os ambientes sociocultural e econômico, principalmente, que determinam o que os consumidores querem, segundo Fischer. Por isso, uma das questões destacadas pelo palestrante foi o aumento do poder de compra do brasileiro, reflexo da melhor distribuição de renda no País e que resultou no aumento do consumo de alimentos com maior apelo comercial dentro do mercado industrializado. Outro dado também importante a ser considerado foi o avanço do nível de educação da população, que promoveu o acesso à informação e, consequentemente, o seu nível de exigência. “A informação gera criticidade e, com isso, a escolha e fidelidade ou a substituição do consumo de um produto”, enfatizou Fischer. 

Com base em pesquisas e análises dos diferentes ambientes, o consultor identificou algumas tendências comportamentais no segmento de alimentos, dentre as quais: 
  • Sensorialidade e prazer: ponderação da relação custo-benefício do consumo, percepção de valor e o reconhecimento da imagem e da marca, atrelados à garantia de qualidade. 
  • Saudabilidade e bem-estar: a busca por produtos com mais sabor, aparência atrativa e que agreguem benefícios à saúde. 
  • Conveniência e praticidade: quantidade acessível; embalagens atrativas e boa disposição nas gôndolas. 
  • Sustentabilidade e ética: baixo carbono, preservação ambiental e bem-estar, embalagens recicláveis, certificações, rastreabilidade, etc.
Fischer finalizou apontando que “o consumidor mais informado e exigente, quer consumir mais por desejo do que por necessidade. Por isso, torna-se um grande desafio compreender a lógica e a demanda reversa da ponta da cadeia e defender o produto por meio de alianças setoriais”.  

Cultivo protegido e enxertia em tomate

 
O canadense Gilles Turcotte, diretor geral da AgriSystems Internacional e sócio da EACEA Soluções em Cultivo Protegido, ministrou a palestra: “Cultivo Protegido Sustentável do Tomate de Mesa no Brasil”, durante o 5º Seminário Nacional de Tomate de Mesa. Turcotte explicou sobre os benefícios da produção em estufas, sistema no qual afirmou ser possível produzir de 10 a 20 vezes mais do que em campo aberto. “Por ter mais independência do clima exterior e ajudar no controle de pragas e doenças, as estufas agrícolas contribuem para uma melhor qualidade do fruto, redução de energia e água, além de estender o período produtivo da cultura”, explicou. 

Turcotte comentou ainda que para a escolha do local da estufa alguns pontos importantes devem ser considerados, tais como: tamanho do mercado; clima; custos de energia; qualidade e disponibilidade de água; qualidade do solo; e custos da mão de obra localmente. “É preciso pensar na funcionalidade da estufa para cada caso, pois nem sempre é necessário investir em alta tecnologia para obter os resultados almejados em determinados casos”, salientou. 

Já para manter a proporção ideal de 70% de frutos e 30% de folhas e aumentar ainda mais a produtividade em uma estufa, o especialista indicou o uso de coberturas difusas - para melhorar a distribuição da luz e sua penetração no cultivo -, injeção de CO2 e sistema de resfriamento. Outros fatores importantes para a qualidade e produtividade, segundo Turcotte, são: qualificação do produtor; gestão do clima; modernas práticas de cultivo e monitoramento; e gestão do pós-cultivo. Ele complementa ainda que melhorar a logística da cadeia do frio no país, também é uma medida importante para aumentar a qualidade dos frutos e garantir que ela chegue em bom estado até o consumidor. 
 
Para uma produção de tomates em cultivo protegido sem químicos, Turcotte afirmou que é necessário o controle integrado, com monitoramento de pragas, insetos e controle biológico. O consultor alerta que para uma alta produtividade, o tomate orgânico não deve encontrar nenhuma deficiência nutricional, por isso, a importância de uma boa atividade biológica no solo. Agentes polinizadores, como as abelhas em estufas, contribuem para o aumento do tamanho do fruto, sendo que no caso do tomate aumentam em média três gramas. “Eles são extremamente importantes para o cultivo, porque atuam de forma constante e eficiente”, revela Turcotte. Para ele, embora demore uma média de três anos para se pagar os custos de investimento em estufas, os seus inúmeros benefícios possibilitarão o aumento da lucratividade da produção no médio prazo. 

O “Uso de porta-enxertos na tomaticultura de mesa com ênfase em cultivo protegido: perspectivas e desafios” foi o tema da palestra de Rodrigo Cabrera, engenheiro agrônomo chileno e também sócio da empresa brasileira EACEA Soluções em Cultivo Protegido. Cabrera apontou que, atualmente, a maior parte do uso de enxertia em tomate é destinado à produção de mudas em cultivo protegido. A técnica proporciona inúmeros benefícios, dentre os quais: aumento da produtividade (tamanho e peso do fruto); aumento do vigor; tolerância ao stress abiótico; além de viabilizar outros objetivos, tais como a multiplicação de sementes e a preservação de variedades locais, por exemplo. 

O especialista explicou também que o processo de enxertia envolve várias etapas, como: planejamento e teste de germinação de variedades; semeadura do porta-enxerto e enxerto; crescimento de mudas; preparação para enxertia; manejo de enxerto: fusão, aclimatação; desponte e transplante ou despacho. Ele alertou ainda que “para a realização eficaz do procedimento de enxertia, as mudas devem apresentar hastes e raízes desenvolvidas. Além disso, deve-se observar o diâmetro de caule do porta-enxerto: se ele for maior do que a do enxerto é considerado aceitável, mas se for menor do que a do enxerto, não é aceitável. O ideal é que os diâmetros de ambos, porta-enxerto e enxerto, sejam iguais”.

A aplicação desta técnica exige também rigor e precisão nos processos, sobretudo, com relação às medidas de assepsia, já que o maior risco é o sanitário, com o cancro bacteriano, segundo Cabrera. Para o engenheiro agrônomo há ainda outros desafios a serem observados no processo de enxertia, tais como: a transferência de tecnologia até o campo (transplantio e a logística); manejo do ambiente; tratos culturais e procedimento diferenciados de manejo (como irrigação, adubação/nutrição); alto custo de tecnologia; e a falta de mão de obra qualificada.

Gargalos da cadeia produtiva

Moderada por Paulo César Tavares de Melo, coordenador científico do 5º Seminário Nacional de Tomate de Mesa e pesquisador do Departamento de Produção Vegetal da Esalq/USP, foi realizada, ao final do evento, uma mesa-redonda para debater alguns pontos estratégicos para enfrentar e superar os principais gargalos da cadeia produtiva do tomate de mesa.
 
O primeiro tema proposto foi a “A escassez de mão de obra versus a mecanização”, comentado por João Roberto do Amaral Júnior, consultor da empresa de tomate Irmãos Andrade. Ele apontou que a obtenção de mão de obra qualificada é um grande desafio para a cadeia produtiva de tomate. “Há uma desvalorização do meio rural, devido aos baixos salários e difíceis condições do trabalho no campo. O setor disputa mão de obra com o Comércio, a Construção Civil e a área de Serviços. Como consequência, os empregadores do campo acabam tendo que recorrer a profissionais de baixa escolaridade e investir em treinamento especializado para eles”, explicou. Além disso, segundo o consultor, muitas vezes estes trabalhadores não permanecem por muito tempo na função, o que acarreta mais custos ao empregador. Por isso, é fundamental que haja uma boa gestão da mão de obra por meio de treinamentos para qualificação técnica; formação de lideres de equipe; incentivos e melhores condições de trabalho; sistema diferenciado de contrato, considerando que é uma cultura sazonal, entre outros.
 
Carlos Augusto Schmidt, gerente executivo na Aphortesp e presidente do Ibrahort, falou sobre a “Organização do setor produtivo em associações”. Em sua apresentação, ele ressaltou que “o associativismo é importante para agregar valor aos produtos e serviços, uma vez que, por meio de ações coletivas, articuladas por uma entidade/associação representante do segmento em questão, resulta em benefícios comuns para todos os associados”. Um exemplo bem sucedido desta iniciativa, segundo Schmidt, é a Associação dos Produtores e Distribuidores de Hortifruti do Estado de São Paulo (Aphortesp). A entidade foi criada em 2004 com o objetivo de representar o segmento de hortifruti e difundir conhecimentos científicos e tecnológicos, contribuir para a gestão empresarial e, também, desenvolver projetos que resultem em melhores condições de produção e comercialização aos produtores de hortifrutis, como as missões técnicas de hortaliças, por exemplo. Já o Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort) foi criado em 2010, junto à Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças, vinculada ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para suporte estratégico das ações no setor, definidas pelo Mapa.
 
João Paulo Bernardes Deleo, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, falou sobre a “Gestão sustentável da cadeia de produção de tomate de mesa”. Ele observou que a gestão sustentável do negócio em tomaticultura passa, necessariamente, pela eficiência Produtiva, Comercial e de Gestão Administrativa. Deleo disse que o grande desafio para o produtor rural é ter uma visão empresarial do negócio, além do aspecto produtivo, com perspectivas a longo prazo. “Cabe ao produtor, desvendar os custos de produção de cada etapa do seu processo, tais como: custos administrativos, com mão de obra, equipamentos, insumos, entre outros, considerando a depreciação de maquinário agrícola, custos de oportunidade, etc. Por isso, é imprescindível ter uma reserva financeira para suportar um ano de preço ruim, por exemplo, para enfrentar os tempos de crise. E esta reserva deve ser retirada de parte do lucro do ano em que as vendas da produção foram muito boas, já que é imprudência reinvestir todo o lucro obtido, sem fazer esta reserva”, alertou Deleo.  Com relação à polêmica sobre a inflação do preço do tomate, o pesquisador do Cepea explicou que o tomate tem uma demanda inelástica, porque ela varia muito pouco, sendo “o que determina a sensibilidade do preço do tomate é o aumento ou a diminuição da oferta”, esclareceu. 

Manejo e combate às ameaças naturais

O professor doutor, aposentado da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Marco Antônio Rezende Alvarenga, ministrou a apresentação “Fatores de sucesso na produção de tomate de mesa relacionados ao manejo da cultura”, no 5º Seminário Nacional de Tomate de Mesa. A palestra teve como objetivo destacar a importância do acompanhamento e controle de todos os processos envolvidos durante o manejo da plantação, para obter os melhores resultados possíveis na hora da colheita. Alvarenga afirmou que “manter o equilíbrio entre todos os nutrientes aplicados é fundamental para o sucesso do cultivo e enfatizou que é sempre melhor trabalhar com uma pequena deficiência, do que com o excesso neste caso”. Quanto à irrigação, o professor apontou diversos tipos de controle que devem ser realizados - como tensão da água, índice de evapotranspiração, entre outros - para saber quando e o quanto irrigar, monitoramentos estes que pouquíssimos produtores realizam a campo. Ele destacou ainda que “a análise da água deve ser sempre preliminar ao projeto, pois a qualidade do recurso é um fator limitante para o sucesso da plantação”. Por fim, Alvarenga deu dicas para a hora da escolha de híbridos. Veja abaixo.
Deve-se verificar:
- Mercado: grupo ou formato do fruto
- Produtividade e tamanho
- Nível de resistência a doenças e pragas
- Preço da semente
Deve-se considerar ainda:
- Adaptação do híbrido na região (realizar ensaios preliminares)
- Qualidade pós-colheita: para garantir que tenha boa aceitação no mercado cada vez mais exigente.
- Tratos culturais: realizar a desbrota no mínimo uma vez por semana.

Outro ponto importante a ser considerado na hora do cultivo do tomate é o combate às ameaças naturais no campo. Na palestra sobre “Manejo de plantas daninhas na produção de tomate de mesa”, Sidnei Douglas Cavalieri, engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Algodão, Núcleo do Cerrado, abordou os diferentes tipos de plantas daninhas que interferem no cultivo de tomate, dentre as quais destacou a maria-pretinha, considerada uma das espécies mais agressivas em competição com o tomateiro. “Para cada maria-pretinha presente na plantação, precisamos ter cinco tomateiros para conseguir competir com ela em vantagem”, disse.  Cavalieri também falou sobre as pesquisas que vem sendo realizadas no setor com a finalidade de obter herbicidas mais eficientes e designá-los corretamente – em termos de perfil e quantidade – para a aplicação na lavoura. Contudo, o pesquisador alerta que para evitar que a planta crie resistência ao herbicida “é importante aplicá-lo no momento certo do desenvolvimento da planta e na época recomendada, com a finalidade de que o controle tenha sucesso”.

Mais um motivo de preocupação para os produtores, com relação às ameaças naturais na plantação é uma nova praga que acaba de chegar oficialmente ao Brasil: a helicoverpa armigera, uma lagarta que atua de forma bastante agressiva nas lavouras de forma geral, incluindo as de tomate. Foi sobre este assunto que a professora da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Cecília Czepak, ministrou a palestra: “Helicoverpa armigera pode ser uma ameaça à tomaticultura”, na qual foram apresentados os resultados de sua pesquisa e observações empíricas a campo.

 
Cecília contou que a lagarta foi identificada inicialmente em países da Europa, Ásia, África e China, sendo agora vista também no Brasil e em demais países da América do Sul, como Argentina e Paraguai. De acordo com a pesquisadora, a lagarta é difícil de ser identificada, pois sua formologia é bastante parecida com as demais lagartas, sendo que esta nova espécie pode se deslocar por uma distância de até mil quilômetros a cada dois a três dias e se hospedar em mais de 180 espécies vegetais. “No caso do tomate, a praga faz do fruto a casa dela e enquanto houver polpa ela fica lá dentro se alimentando”, explicou Cecília. A lagarta tem forte associação à parte reprodutiva da planta, mas é possível se reproduzir na parte vegetativa também, o que acontece de forma muito rápida: cada lagarta pode colocar até 1.500 ovos por vida, com uma média de 400 ovos em um único dia.

A pesquisadora indicou, porém, uma característica a favor dos produtores para combate à praga: “o ponto positivo é que como a lagarta permanece exposta na planta e/ou no fruto, inclusive durante o dia, ela fica muito mais vulnerável às medidas de controle”. Mas, de acordo com ela, para a efetividade das ações de controle é preciso realizar um manejo integrado, com conscientização entre os produtores locais e a organização de uma ação conjunta, para evitar que a praga se espalhe de uma propriedade para outra. Outra medida importante, segundo Cecília, é não deixar restos de alimentos no solo para não servirem de atrativo e evitar também a aplicação calendarizada de defensivos agrícolas, pois é preciso uma estratégia mais específica de atuação para combatê-la. “Armadilhas luminosas e com feromônios podem ajudar, mas também estamos pesquisando e analisando outras alternativas de combate, como os inimigos naturais, por exemplo: aranhas, podísus, alguns vírus e parasitoides”, explica. Entretanto, a pesquisadora alertou para que os produtores não façam uso de defensivos agrícolas não autorizados no país, que estão sendo trazidos ao Brasil via contrabando, como uma alternativa errônea de combate a esta praga. “Isto é um risco para a saúde, pois pode comprometer a segurança dos alimentos que colocamos em nossas mesas, além de afetar a fauna do nosso país, pois tais substâncias estão matando muitos animais no Cerrado brasileiro”, revelou. 


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Published: April 29, 2014

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