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Coleta de sementes e produção de mudas é o tema do 2º módulo da capacitação Silvicultura Sustentável do SENAR


Brazil
October 21, 2014

Coleta, beneficiamento de sementes e produção de mudas é o tema do 2º módulo da capacitação tecnológica Silvicultura Sustentável- Biomas Mata Atlântica e Bioma Cerrado que começou hoje (21) na sede do Sistema CNA/SENAR, em Brasília. O curso é voltado para técnicos e instrutores do SENAR e está sendo realizado pela entidade e pela Embrapa, por meio do Projeto Biomas.

No primeiro módulo, o conteúdo do curso Silvicultura Sustentável foi realizado separadamente nos dois biomas. Mas, neste, os participantes estão juntos porque o conteúdo é comum aos dois. Todo o curso está sendo gravado para ser disponibilizado a distância pelo portal EaD SENAR. Esta etapa, participam técnicos do SENAR Paraná, Pernambuco e Goiás.



O pesquisador da Embrapa Agrobiologia, Alexander Resende, fez a palestra de abertura, que tratou da produção de mudas de espécies nativas e da criação de viveiros. De acordo com Resende, o Brasil possui apenas 6,6 milhões de hectares plantados com florestas. Para ele, os produtores rurais estão descobrindo agora a o potencial do plantio de mudas. “Se comparado a outros países, o Brasil tem um potencial bastante elevado, mas pouco explorado. A produção de madeira é grande, mesmo assim ainda é pouco considerado na área agricultável. Para produção de mudas, não há necessidade de plantar em grandes áreas, pelo contrário, um pequeno produtor pode plantar, por exemplo, 100 mil mudas a um valor de R$ 1,50 a muda e ter uma receita de R$ 150 mil por ano. Temos também o plantio de mudas para atender o CAR (Cadastro Ambiental Rural), a recuperação de APP’s (Áreas de Proteção Permanentes) e arborização urbana. O leque de opções dos pequenos, médios e grandes produtores é imenso”, avalia o pesquisador.

Resende falou ainda da produção de mudas em viveiros com foco principalmente no Bioma Mata Atlântica. Segundo ele, os viveiros podem ser temporários, permanentes, de raiz nua e com recipientes e atender demandas de mercado, projetos específicos, sistema de produção florestal e fins ambientais. “Vários cuidados são necessários para a construção de um viveiro, entre eles, pensar a propriedade como um todo. Isso é importante porque a localização do viveiro é fundamental para seu sucesso: precisa estar próximo do local a ser reflorestado, sem contar a escolha do solo, água em abundância, boa ventilação e isolamento de animais”, explica Alexander Resende. Ele ressalta, porém, que a capacidade de investimento do viveirista não deve ser argumento na hora de montar um viveiro. “A qualidade do produto não pode ser prejudicada com esse argumento, porque existem diversos meios de se produzir com baixo custo.”

A técnica do SENAR Paraná, Flaviane Medeiros, participa da capacitação com foco no Bioma Mata Atlântica e conta que está sendo excelente. “Estamos recebendo conteúdos importantes que vão nos dar noções gerais do que pode ou não ser produzido em cada bioma. Sem contar que os pesquisadores são os melhores e com certeza teremos algo a repassar para o produtor do nosso estado. Inclusive, como o Paraná fica todo dentro da Mata Atlântica e os produtores vão precisar se readequar à nova legislação, o SENAR no estado pretende montar um curso com esse foco, com base nas informações dessa capacitação. A ideia é alinhar produção com preservação”, acredita.

Além da Embrapa Agrobiologia, os técnicos do SENAR participaram da palestra com o pesquisador da Embrapa Florestas e coordenador nacional do Projeto Biomas pela Embrapa, Dr. Gustavo Ribas Curcio. O pesquisador tratou de temas referentes ao solo e à adaptação de plantas em solos alagados. “É importante saber, ao plantar nesse tipo de solo, qual a duração do alagamento, a frequência, a propriedade da água e a época do ano que ocorre, pois isso vai facilitar ao produtor saber que espécies podem ser colocadas na reconstituição do manejo”, afirma. Curcio destaca que o reconhecimento de algumas características morfológicas das plantas podem assegurar a melhor destinação das mudas aos diferentes regimes hídricos dos solos.  “É um desafio para o produtor rural ter que considerar as características do solo para não perder a muda e todo o investimento aplicado.”



A capacitação vai até esta quinta-feira (23) e os participantes vão ter acesso ainda à informações sobre manejo, beneficiamento e armazenamento de frutos e sementes, planejamento do negócio de sementes e mudas e conhecer quais espécies podem ser produzidas no Bioma Cerrado. Sobre o assunto, o coordenador Regional do Projeto Biomas no Cerrado, Felipe Ribeiro, adianta que a Embrapa Cerrados, responsável pelo plantio de mudas do componente cerrado no Projeto Biomas, já produziu mais de 20 mil mudas e agora, está coletando sementes para produzir novas mudas, porém, através de semeadura direta. “Estamos fazendo vários plantios com semeadura direta. Ao invés de produzir mudas, estamos plantando as sementes direto no campo para reduzir os custos, porque queremos trazer para o produtor uma maneira dele cumprir o novo código florestal e ter retorno econômico com custo menor”, explica.

Projeto Biomas
O projeto Biomas, fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é uma iniciativa inédita no Brasil e tem como objetivo identificar formas sustentáveis para viabilizar a propriedade rural brasileira considerando o componente arbóreo em seus sistemas propostos. Os estudos estão sendo desenvolvidos nos seis biomas brasileiros. O Projeto Biomas tem o apoio do SEBRAE, Monsanto e John Deere.
 



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Website: http://www.senar.org.br

Published: October 22, 2014

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