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Embrapa Cerrados e Fundação BA lançam cultivares de soja resistentes a nematoides


Brazil
June 3, 2014

Breno Lobato - Pesquisador André Pereira apresenta novas cultivares
Pesquisador André Pereira apresenta novas cultivares - Foto: Breno Lobato

Durante a Bahia Farm Show, feira realizada de 27 a 31 de maio em Luís Eduardo Magalhães (BA), a Embrapa Cerrados (Planaltina, DF) e a Fundação Bahia promoveram o lançamento das cultivares de soja BRS 7980, BRS 8180RR e BRS 8280RR. Adaptadas para o Oeste baiano e outras regiões agrícolas do Cerrado, os novos materiais aliam múltiplas resistências a nematoides e alto potencial de produtividade, além de poderem ser utilizadas em áreas de refúgio para a soja Bt.

Na reunião de lançamento dos materiais, realizada na última sexta-feira (31) e que teve a participação de cerca de 50 produtores e técnicos da região, presidente da Fundação Bahia, Ademar Marçal, destacou o sucesso do programa de desenvolvimento de cultivares em parceria com a Embrapa. "Vamos buscar recursos para turbinar esse programa. Os custos para o produtor estão cada vez maiores, e só com pesquisa teremos melhores resultados. Vejo uma grande vontade da Embrapa em querer fazer. Ela teve uma participação decisiva no desenvolvimento da soja no Brasil", afirmou.

Representante da chefia da Embrapa Cerrados, o supervisor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologia da Unidade, Sérgio Abud, observou que o fortalecimento da parceria com a Fundação tem viabilizado o portfolio de materiais de ciclos superprecoce a médio, que atendem de São Paulo ao Norte do País. "Hoje, conseguimos oferecer ao Oeste da Bahia três variedades resistentes a nematoides de galha, com ampla adaptabilidade às regiões de Cerrado e alta estabilidade", disse.

Abud também falou sobre a possibilidade de uso das cultivares para o refúgio estruturado em lavouras de soja Bt. "A área de refúgio é muito importante para a produção de mariposas não resistentes à tecnologia Bt. Essas variedades possibilitam o refúgio, fazendo que essa tecnologia se mantenha por um período maior, garantindo a sustentabilidade dos sistemas produtivos".

Materiais

O pesquisador André Pereira, da Embrapa Cerrados, apresentou as características das três cultivares e o trabalho de melhoramento genético de soja. Ele falou sobre a preocupação que o setor produtivo deve ter com os problemas fitossanitários, a exemplo dos nematoides que atacam as culturas agrícolas. "A questão dos fitonematoides aumentou com a expansão da soja. É um problema silencioso, mas que tira o sono do produtor", apontou, lembrando que a soja e o milho são componentes de sistemas de produção do algodão, importante para o Oeste da Bahia.

Segundo o pesquisador, o único caminho para enfrentar o problema é o desenvolvimento, por meio do melhoramento genético, de materiais resistentes e tolerantes. Ele destacou a participação de mais de 500 profissionais e dos parceiros no desenvolvimento das cultivares de soja. "O trabalho colaborativo é fundamental, e os materiais que estamos lançando são fruto disso. E a capilaridade da divulgação dos produtos, para impactar o setor produtivo, só é possível com a parceria dos sementeiros", disse.

A cultivar BRS 8180RR tem ciclo de 107 a 136 dias e apresenta resistência aos nematoides de galha Meloidogyne incognita e a Meloidogyne javanica. Possibilita safrinha no Mato Grosso, sendo tolerante ao vírus da necrose da haste e à chuva na colheita. Na Passarela da soja 2014, obteve produtividade média de 74,8 sacas/hectare. O material pode ser utilizado no refúgio para materiais Bt do grupo de maturidade 8.1.

Com ciclo de 108 a 126 dias, a cultivar BRS 8280RR apresentou produtividade média de 65,6 sacas/hectare na última Passarela da Soja. Também resistente a M. javanica e a M. incognita, pode ser inserida no refúgio para materiais Bt dos grupos de maturidade 8.2 e 8.3.

Mas o material destacado por Pereira é a cultivar BRS 7980, que tem resistência aos nematoides de cisto Heterodera glycines (raças 1, 3 e 5), de galha M. javanica e M. incognita e, a campo, apresenta baixo fator de multiplicação do nematoide das lesões radiculares (Pratylenchus spp.). Também é resistente à podridão radicular de fitóftora (Phytophthora sojae). O material permite safrinha de milho e algodão no Mato Grosso.

"Supondo que um caractere é expresso por 22 genes, temos 2,3 bilhões de possibilidades. Esse material é realmente um achado, e foi possível porque pudemos testar muitas linhagens quanto a características de resistência", explicou o pesquisador. Ele também destacou o potencial de produtividade do material, que já chegou a produzir 73 sacas/hectare.

Aprovação

Produtores e representantes de empresas sementeiras da região de Correntina (BA) já testaram as novas cultivares e aprovaram a experiência com os materiais, cujas sementes estão disponíveis no mercado para a safra 2014/15. Elas são comercializadas pelas empresas membro da Fundação Bahia.

Cesar Poczwardowski é gerente da Fazenda Paraná, que produz soja, milheto e sorgo em 900 hectares. Na safra 2013/14, ele plantou 70 hectares da soja BRS 7980 em uma área onde não havia conseguido colher nada no ano anterior. "O estande (número de plantas por hectare) foi baixo e colhemos entre 55 e 58 sacas/hectare, o que foi uma evolução satisfatória", disse. Poczwardowski também salientou algumas características do material: "A arquitetura (de planta) boa, é bem galhada, sem problema de acamamento. Fizemos manejo de lagartas e não tivemos problema", observou.

Gerente da empresa J&H Sementes, Álvaro Quarto teve experiência semelhante à de Poczwardowski com a BRS 7980. "Fico contente em saber que o material tem um baixo fator de multiplicação do Pratylenchus spp.", falou. Ele também comentou o desempenho das cultivares transgênicas BRS 8180RR e BRS 8280RR: "Plantamos na Fazenda Mamona como refúgio da soja Intacta, e as duas não deixaram a desejar. Elas sofreram ataque muito forte de lagartas por serem refúgio, mas mesmo assim o resultado foi muito bom, inclusive o peso das sementes foi alto".

Fernando Resende, representante da Morinaga Sementes, falou sobre os testes com a BRS 7980 no Mato Grosso, material que foi destaque no terceiro ano dos ensaios do Programa Soja Livre. Ele destacou a amplitude de ciclo, que proporcionou diferentes épocas de plantio nos diversos pontos em que o material foi plantado. Segundo Resende, as produtividades médias variaram entre 55 sacas/hectare e 60 sacas/hectare, chegando até 72 sacas/hectare. "Foi um bom resultado, pois os testes foram direcionados a áreas com nematoides. É um material que permite obter bônus na venda", avaliou.

Sobre a BRS 8280RR, Resende informou que a produtividade variou de 3,8 toneladas (mais de 63 sacas) /hectare a 4 toneladas (mais de 66 sacas) /hectare no Mato Grosso. No Oeste da Bahia, a produtividade variou de 52 sacas/hectare a 54 sacas/hectare, mesmo resultado da BRS 7980. "Foi um ano em que algumas áreas sofreram com a seca. São materiais produtivos e com resistência", afirmou.

"Este é apenas o começo de uma nova era. Em breve, teremos materiais resistentes a outras doenças", disse o diretor comercial da Fundação Bahia, Nilson Vicente, no encerramento da reunião de lançamento dos materiais.



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Published: June 3, 2014


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