Brazil
March 22, 2007
A
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),
vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, acaba de confirmar a ocorrência de uma nova
doença de soja no Brasil: um cancro da haste, causado pelo fungo
Diaporthe phaseolorum var. caulivora. A pesquisadora Leila
Costamilan, da Embrapa Trigo (Passo Fundo/RS), identificou a
doença, na safra 2005/2006, em algumas áreas de Passo Fundo e de
Coxilha, no RS. “Nesta safra já identificamos a doença em outros
municípios do estado, mas ainda não temos levantamento dos danos
econômicos. Mesmo assim, a doença preocupa, porque as plantas
morrem precocemente, o que afeta a produtividade”, diz.
Leila explica que, em plantas adultas, as folhas secam e
permanecem aderidas às plantas. As hastes apresentam áreas
marrons, principalmente próximas das inserções dos ramos
laterais. “Ao se raspar a superfície da haste, observa-se
escurecimento interno. No entanto, as raízes têm aparência
sadia”, afirma.
A nova doença é similar ao cancro da haste que causou prejuízos
econômicos no Brasil, na safra 1988/89, e para a qual já foram
desenvolvidas cultivares resistentes. O novo cancro já está
mobilizando a pesquisa, no sentido de gerar material genético
resistente. “Atualmente, ações estão sendo realizadas pela
Embrapa, em conjunto com o MAPA e a Secretaria da Agricultura e
Abastecimento do Rio Grande do Sul, no sentido de avaliar a área
de ocorrência deste cancro. No futuro, testes serão realizados
com as cultivares de soja da Embrapa visando à resistência a
essa nova doença”.
Como o Brasil ainda não dispõe de cultivares de soja resistentes
ao problema, são indicadas, como medidas de controle, o
tratamento de sementes com fungicidas e a rotação de culturas.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Álvaro Almeida, que
identificou, no Brasil, a espécie causadora do problema por
métodos moleculares, a doença já foi descrita em outros países
como EUA, Canadá e Argentina. “Nos Estados Unidos, o problema
chegou a produzir danos superiores a 50%, mas atualmente não
causa preocupação pelo desenvolvimento de cultivares
resistentes. Na Argentina, em 2004, as perdas de rendimento de
grãos em algumas lavouras variaram de 4% a 10%”, explica Leila.
Mais informações podem ser obtidas na página Internet da Embrapa
Trigo, no endereço
www.cnpt.embrapa.br |
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